Saúde: Você já pensou no que te motiva?

Por Ivani Manzo

Tenho certeza que você já leu muito artigos que falam sobre motivação. Alguns podem até ter te motivado, mas não todos. É mesmo difícil falar sobre esse assunto e acertar. Existem várias frases de impacto que falam sobre motivação, elas realmente causam impacto, mas, na maioria das vezes, não tiram as pessoas do lugar, ou seja, não motivam. Parece estranho, mas é a verdade.

Você já se sentiu motivado a fazer alguma coisa? Acredito que sim. E ainda acredito que o que te motivou era algo que você gosta ou gostaria que acontecesse, acertei? E, agora, a outra pergunta: Você já fez algo que não gostava? Acredito que sim novamente, e o fez porque precisava, havia necessidade de ser feito.

É por isso que eu acredito que para uma pessoa começar a fazer algo que não goste, não há como motivar essa pessoa. No fim sempre haverá uma desculpa para parar, não fazer ou delegar para alguém. Vivencio isso há muitos anos trabalhando com exercícios e nutrição. Na minha opinião, pessoas que não fazem exercício e nunca fizeram porque não gostam, são muito difícil de serem motivadas. O mesmo acontece com pessoas que comem errado e desenvolvem enfermidades.

Talvez, um exemplo possa explicar melhor o que tento dizer. Tive um cliente há alguns anos que era sedentário e obeso. Junto com essas características ele era hipertenso e havia casos de cardiopatias na família. Ele me procurou para começar a fazer exercícios e melhorar a alimentação. Essa pessoa teve muito sucesso na profissão e na vida privada, podia viver sem estresse financeiro e com uma família linda.

No início, os exercícios propostos não foram aceitos porque ele “sabia” que esses exercícios não eram os indicados e então ele iria andar de bicicleta por conta própria e não com meu acompanhamento. Depois, quando eu organizava a alimentação, as palavras eram: “me sinto bem com o que como e não como muito. Apenas engordo e não sei porquê”. Da mesma forma, as minhas intervenções não foram aceitas. Como disse, isso ocorreu há alguns anos, mais ou menos 7 anos atrás. O trabalho não durou muito, cerca de duas semanas apenas.

Há 3 anos essa mesma pessoa me procurou para que eu o ajudasse nos exercícios e na alimentação, da mesma forma como foi feito há 7 anos. Quando nos encontramos, depois de tanto tempo, tive a surpresa de encontrá-lo mais magro e mais abatido. Foi quando ele me contou que teve um infarto do miocárdio e que havia feito duas cirurgias. Fizemos um plano de exercícios e coaching nutricional. Ele se manteve ativo e magro por muito tempo, e acredito que ainda esteja.

O que aconteceu não foi provocado por motivação. O que mudou foi a necessidade. Depois do susto e de vivenciar o medo de morrer, a necessidade de mudar os hábitos falou mais alto e ele mudou. Naquele momento, dinheiro e família não puderam ajudar, o que promoveu a mudança foi a necessidade.