Se você quer aprender alguma coisa precisa saber de duas coisas
Por Ivani Manzo
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Poucas pessoas sabem, mas durante muitos anos trabalhei também como professora. Dei aulas desde o ensino fundamental até na pós-graduação e sempre ouvi a mesma queixa dos meus alunos. “Não consigo aprender”. Parece que esse é sim um grande problema. Entra ano e sai ano, novas técnicas, velhas técnicas e tudo parece que não sai do lugar. Nessas horas que eu sempre penso como o mundo poderia ser melhor se houvesse compartilhamento de informações. A área da saúde parece nunca conversar com a área da educação, e não cabe aqui analisar o porquê. Mas, já faz um bom tempo que sabemos quais são as duas formas que o cérebro aprende. São elas, na emoção e na repetição. Simples assim. Quando uma informação nova ocorre ao mesmo tempo que uma emoção é sentida, essa informação é absorvida e memorizada. E eu não quero dizer que tem que ser a emoção A ou B, ou emoção boa. Qualquer emoção, boa ou ruim. É por isso que somos capazes de lembrar nitidamente o dia que algo bom ou ruim aconteceu. As vezes a emoção é tão forte e a memorização tão intensa que se torna um trauma. Um acontecimento muito dramático, como um acidente de carro, pode levar anos para ser “esquecido”, ou a pessoa tem que fazer terapia para poder se livrar das lembranças ruins e, ao mesmo tempo uma emoção boa e forte pode ser lembrada para sempre. Nas salas de aula a mesma coisa. Quando uma informação é passada e ao mesmo tempo há prazer nos alunos, a informação será aprendida. Isso é chamado de lúdico pelos educadores. Os professores que prendem a atenção dos seus alunos com músicas, brincadeiras, ou ensinando com encantamento têm mais sucesso. A outra forma, a repetição, foi e ainda é usada em muito lugares. Muitos de nós decoramos a tabuada e mesmo sem usar, depois de anos ainda lembramos. O cérebro aprendeu e memorizou por repetição. Um caminho que você faz todos os dias, uma música que você ouve muitas vezes, um perfume que você usa por muito tempo. Tudo pode ser memorizado e nunca mais esquecido se for repetido. Para nós que mudamos de país percebemos isso facilmente. O inglês é aprendido porque temos que usar mais vezes que quando morávamos no Brasil (repetição) e também pelos apertos que passamos em algumas (muitas) situações, engraçadas ou embaraçosas. Quem nunca pensou que estava falando uma coisa e descobre no meio do papo que falou outra totalmente diferente. Houve emoção? Então você não irá esquecer mais.