Secretário-geral da ONU vai verificar violência em Darfur

Por Gazeta Admininstrator

Annan diz que países ricos precisam agir rápido para conter conflito
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, começa nesta sexta-feira uma viagem de três dias ao Sudão, durante a qual ele irá visitar a região de Darfur.
Durante sua visita de três dias, Annan irá se encontrar com autoridades locais e discutirá maneiras de aprimorar o envio de auxílio à região e ampliar os esforços de paz em Darfur.

Cerca de 300 mil pessoas foram mortas na região, e aproximadamente 2 milhões foram obrigados a abandonar suas casas.

A população civil de Darfur sofreu uma série de ataques praticados por milícias árabes conhecidas como janjaweed. Acredita-se que os atentados tenham contado com a conivência e até mesmo a participação do governo do Sudão.

"Corrida"

Na quinta-feira, durante uma conferência na Etiópia que visava angariar fundos para os esforços de paz em Darfur, Annan disse que será preciso um esforço de proporções épicas caso o conflito na província não chegue ao fim. "Estamos correndo contra o tempo", afirmou.

Annan pediu a países ricos que não adiem o envio de recursos destinados à ampliação das forças de paz na região. Doadores prometerem destinar mais US$ 200 milhões para a região.

A União Africana, que está monitorando a situação na região, conta com 2,3 mil soldados e diz que caso obtenha mais recursos, poderá atingir a meta de ter 7,7 mil soldados em Darfur até setembro e 12 mil até o ano que vem.

A União Africana afirma também que necessita desde equipamentos pesados, como aviões, helicópteros e ambulâncias blindadas, até tendas, fogareiros e coletes à prova de balas.

O governo sudanês tem sido criticado por bloquear o envio de carregamentos de auxílio humanitário e interferir nos esforços das tropas de paz, assim como de ter se recusado a cumprir um cessar-fogo.

As negociações visando a paz em Darfur devem ser retomadas em 10 de junho, na Nigéria.

Nos últimos quatro meses não foram registrados grandes confrontos entre governo e movimentos rebeldes, mas ainda há casos de violência contra refugiados internos e veículos de entidades assistenciais vêm tendo seus veículos atacados.