Segundo a ONU, tráfico de pessoas ocorre em todo o mundo.

Por Gazeta Admininstrator

De acordo com relatório apresentado hoje (24) pelas Nações Unidas, todos os países, quase sem exceções, estão sujeitos de alguma forma ao tráfico de seres humanos. Anunciado pelo diretor-executivo do Escritório da ONU contra a Droga e o Crime (UNODC), Antonio Maria Costa, o documento afirma que os cidadãos de 127 países correm o risco de se tornarem vítimas destes traficantes. Outros 98 são classificados como locais de trânsito para o tráfico de pessoas, enquanto 137, dentre os quais muitos países da Europa ocidental e Estados Unidos, seria o destino final das vítimas.

A maior parte dessas vítimas são mulheres e crianças. Os principais locais de origem dessas pessoas são: África, centro e leste da Europa, ex-repúblicas soviéticas, Ásia, América Latina e Caribe.

Pouca informação

Entre as maiores dificuldades para se aprofundar nessa questão encontra-se a falta de dados. "É extremamente difícil determinar a quantidade de pessoas afetadas pelo tráfico de seres humanos no mundo, mas seguramente são milhões", relata o Antonio Maria Costa.

De acordo com suas análises, freqüentemente, os países que são os principais alvos do tráfico não querem admitir que há o problema em seu próprio território.

Para o direto-executivo da ONU, três medidas poderiam minimizar os efeitos do tráfico de seres humanos:

Em primeiro lugar, reduzir a demanda por matérias-primas, por produtos agrícolas de baixo custo, e pelas prestações de escravos do sexo.

Em segundo: perseguir e punir os traficantes e reforçar a proteção das vítimas. "Proteger as vítimas parece algo óbvio, mas, na realidade, freqüentemente essas pessoas são tratadas como criminosos que devem temer as leis severas da imigração ou da prostituição em cada país", analisa Costa.

E por último: mostrar uma atitude sensível e humana frente às vítimas "não é apenas um imperativo moral, mas será graças a isso que as vítimas terão uma maior chance de conseguir superar seus compreensíveis temores e de testemunhar contra aqueles que abusam delas".