Seis morrem em protestos contra charges de Maomé

Por Gazeta Admininstrator

Polícia reprimiu com golpes de cassetete manifestação em Cabul
Ao menos seis pessoas morreram nesta segunda-feira durante manifestações contra a publicação em jornais europeus de charges com a imagem do profeta Maomé, depois de mais de uma semana de protestos.
Três pessoas morreram em Mihtarlam, no leste do Afeganistão quando a polícia abriu fogo contra manifestantes depois que uma delegacia foi atacada, disse um porta-voz do governo.

Outras duas pessoas morreram após manifestantes atacarem uma base aérea em Bagram, também no Afeganistão – apesar de as charges não terem sido publicadas nos Estados Unidos.

Na capital do país, Cabul, a polícia reprimiu a golpes de cassetete uma passeata de cerca de 200 jovens em frente ao palácio presidencial. O protesto continuou com o apedrejamento de uma base militar americana e de veículos das tropas de paz da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Na Somália, um menino de 14 anos foi morto a tiros e vários outros ficaram feridos depois que manifestantes atacaram policiais.

Na Síria e no Líbano as instalações das embaixadas da Dinamarca foram depredadas no fim-de-semana.

Greve na Índia

Houve protestos também nesta segunda-feira na Indonésia, na Tailândia e na Índia – uma greve geral foi convocada na Caxemira indiana, em repúdio à publicação das charges pelos jornais.

As charges apareceram inicialmente no jornal dinamarquês Jyllands-Posten em setembro e foram posteriormente republicadas por jornais de países como Alemanha, Itália, Holanda e Espanha – todos dizendo estar exercendo seu direito à livre expressão.

Elas associam o profeta Maomé ao terrorismo dos extremistas islâmicos. Os muçulmanos são proibidos de fazer representações gráficas de Deus ou de Maomé e consideram as caricaturas um insulto.

Durante o fim de semana, violentos protestos no Oriente Médio contra a publicação das charges resultaram na invasão e incêndio das embaixadas da Dinamarca em Damasco (Síria) e Beirute (Líbano).

Inicialmente pensava-se que as mortes nos protestos desta segunda-feira eram as primeiras desde o início das manifestações, mas as autoridades libanesas confirmaram que um manifestante morreu no domingo após pular do terceiro andar do prédio da embaixada dinamarquesa para fugir do fogo.