Seleção, torcida e Tite vivem caso de amor

Por Daniel Galvão

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O renascimento da Seleção Brasileira passa por um nome. Apesar da fase excepcional vivida por Neymar, é impossível descolar de Tite a maior parcela dos méritos pela retomada do bom futebol apresentado nas eliminatórias e que já garantiram vaga da equipe pentacampeã do mundo na Copa da Rússia, no ano que vem.

O “efeito Tite”, porém, em menos de 10 meses, mostrou a filosofia do treinador sem grandes revoluções. A formação da equipe pouco difere daquela que naufragou com Dunga, seu antecessor. Mas, ao fazer o time jogar coletivamente, ele ajudou a melhorar o rendimento de peças importantes como Neymar, que hoje atua com mais liberdade e menos individualismo.

Tite é uma unanimidade. Depois de um período sabático, em que se dedicou ao aperfeiçoamento da carreira, ele voltou melhor e conduziu o Corinthians a mais um título nacional enquanto a seleção patinava com Dunga. Sua idolatria é tão incomum para um treinador de seleção que uma pesquisa de opinião, divulgada na última semana, revelou que 15% dos entrevistados votariam em Tite para presidente do Brasil.

Mas, para a lua de mel continuar, o desafio é manter o nível de concentração até o Mundial e torcer para que questões internas da CBF não interfiram em seu trabalho. O presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, ainda é um dos dirigentes indiciados pelo FBI no escândalo de corrupção da Fifa.