Sem os imigrantes economia agrícola dos EUA seria reduzida.

Por Gazeta Admininstrator

CHICAGO - O setor agrícola dos Estados Unidos faz um alerta aos norte-americanos de que a economia do país, estimada em 12 trilhões de dólares, pode sofrer uma redução forçada se houver restrição ao trabalho de imigrantes.

Os estrangeiros ocupam em muitos setores os empregos que, segundo o presidente George W. Bush, "os americanos não querem." Isso ocorre principalmente na agricultura, onde os mexicanos fincaram raízes tão profundas que as companhias talvez não consigam operar sem eles.

"Localizar e deportar os trabalhadores que estão no país neste momento colocaria um freio na economia dos EUA que deixaria as pessoas descrentes," disse Dave Ray, porta-voz do Instituto Americano da Carne, representante dos pecuaristas e suinocultores.

"O que torna a comida tão barata nos EUA é que fazemos as coisas de forma eficiente, e se você enxugar essa eficiência criando uma escassez de trabalho desnecessária, basicamente isso vai impingir um alto custo de alimentação para os consumidores," disse Ray.

CARNES

Já quanto ao bilionário setor do processamento de carnes, do pasto à fábrica, é apenas a ponta do iceberg quando se trata do trabalho imigrante na agricultura dos EUA.

A consultoria agrícola World Perspectives estima que 40% de todos os imigrantes nos EUA trabalhem na agricultura. Desses, 25 a 75% são "fraudulentamente documentados."Uma pesquisa atual preparada pela da Federação Americana da Agricultura mostra que a repressão ao trabalho imigrante poderia provocar uma redução de 5 a 9 bilhões de dólares no faturamento do setor nos primeiros três anos e de até 12 bilhões posteriormente.

O setor de frutas e verduras sentiriam uma conseqüência imediata, mas os problemas atingiriam também outras lavouras e criações, especialmente no Meio-Oeste dos EUA.

"Não é só um problema dos hortifrútis da Califórnia. Afeta qualquer um que tenha máquinas e colheitas," disse Austin Perez, diretor de políticas do maior grupo do setor agrícola dos EUA, referindo-se a tarefas realizadas de forma praticamente exclusiva por imigrantes, segundo ele.

A Federação Agrícola diz que, apesar da acentuada mecanização agrícola dos EUA, especialmente nas lavouras de milho, soja e trigo, os produtores do Meio-Oeste continuam dependendo do trabalho imigrante, mais barato, para tarefas que antes costumavam ser de seus familiares, como a ordenha de vacas ou o trato dos enormes barracões de engorda de porcos e frangos, que exige trabalho incessante sob condições insalubres.