Senado espanhol vota contra casamentos gays

Por Gazeta Admininstrator

O Senado da Espanha vetou uma lei que permite o casamento entre homossexuais no país e a adoção de crianças por parceiros do mesmo sexo. O veto, no entanto, poderá ser derrubado se a medida for aprovada com maioria absoluta na Câmara baixa do Parlamento, na semana que vem.

Espera-se que isso aconteça já que mais da metade dos deputados apoiou a proposta numa votação em abril. Embora pesquisas de opinião indiquem que a população apóia a lei, a medida enfrenta forte oposição de alguns setores, especialmente a Igreja Católica.

Dezenas de milhares de pessoas, lideradas por bispos católicos e por membros do Partido Popular, foram às ruas de Madri no fim de semana protestar contra a legalização dos casamentos gays.

Polêmica
A votação no Senado foi decidida por 131 votos contra 119 depois que os membros dos Democratas Cristãos Catalãos se juntaram ao Partido Popular (PP) na oposição à medida.

Antes da votação, o PP teve de se desculpar pelos comentários de um psiquiatra que havia convidado ao Senado para defender o veto à lei. Aquilino Polaino, professor de Psiquiatria da Universidade Católica de Madri, disse que a homossexualidade era conseqüência de um histórico de "um pai violento, hostil e alcoólatra" ou de uma mãe "fria e superprotetora".

Diante da revolta causada pelos comentários do convidado, um dos líderes do PP, Pio Garcia-Escudero, pediu desculpas em nome de Polaino.

Se for aprovada, a Espanha vai ser o primeiro país da Europa a permitir que homossexuais casem e possam adotar filhos. Atualmente, a Bélgica e a Holanda são os únicos países membros da União Européia que permitem o casamento de homossexuais.