Senado rejeita quatro propostas para aumentar o controle no acesso a armas de fogo no país

Por Gazeta News

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Oito dias após o massacre em uma boate gay em Orlando, em que o atirador Omar Mateen matou 49 pessoas e feriu outras 53, usando um rifle AR calibre .223 e uma pistola 9mm semiautomática, ambos comprados legalmente, o Senado dos Estados Unidos votou contra quatro propostas para aumentar o controle de acesso às armas de fogo no país.

Mesmo com propostas vindas de ambos os partidos, nenhuma das quatro medidas alcançou o mínimo necessário de 60 votos para seguir adiante, já que os senadores votaram seguindo suas bancadas, com os progressistas rejeitando as medidas dos conservadores e vice-versa.

Duas das medidas votadas (uma democrata e outra republicana) eram bastante similares quanto a seu objetivo: impedir que pessoas investigadas por terrorismo possam comprar armas, mas diferiam na forma, já que a democrata outorgava esse poder ao governo federal e a republicana o deixava nas mãos dos juízes.

A terceira proposta, apresentada pelos republicanos, visava aumentar os fundos federais para o atual programa de controle de antecedentes para potenciais compradores de armas, o que facilitaria que os históricos das pessoas com doenças mentais pudessem ser acrescentados às bases de dados.

A última proposta, apresentada pelos democratas, pretendia exigir a todos os compradores de armas do país que passassem antes por uma comprovação de seus antecedentes, algo que hoje em dia não acontece em todos os estados.

Republicanos e democratas

Republicanos e seus aliados no lobby de armas da NRA disseram que os projetos democratas eram muito restritivos e desrespeitavam o direito constitucional de portar armas. Democratas criticaram os planos dos republicanos como muito fracos.

"É sempre a mesma coisa. Depois de cada tragédia, nós, democratas, tentamos aprovar medidas de segurança sobre armas. Infelizmente, nossos esforços são bloqueados pelo Congresso republicano, que recebe ordens da Associação Nacional do Rifle", disse o líder democrata no Senado, Harry Reid.

Já o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, republicano de Kentucky, afirmou que as medidas democráticas eram ineficazes. Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada na semana passada revelou que 71% dos norte-americanos são a favor de regulamentações e restrições no mínimo moderadas para a venda de armas, incluindo 8 dos 10 democratas e seis dos 10 republicanos – essa cifra era de 60% no final de 2013 e no final de 2014. Fonte: Washington Post.