Senador Republicano critica igrejas e diz que imigração não é tema religioso

Por Gazeta Admininstrator

Tancredo, um Republicano de Littleton, divulgou nota pública criticando uma série de correntes religiosas por fazer lobby contra o projeto de reforço de vigilância de fronteira, aprovado em dezembro na Casa dos Representantes. As igrejas diretamente criticadas por ele foram a Igreja Católica dos Estados Unidos, Igreja Episcopal, Igreja Evangélica Luterana na América, Igreja União Metodista e Igreja Presbiteriada nos EUA, além da Sociedade de Auxílio aos Imigrantes Hebraicos.
O congressista Tom Tancredo, autor do projeto sobre segurança e proteção fronteiriça aprovado pela Câmara dos Represen-tantes em dezembro, atacou várias organizações religiosas, incluindo a igreja católica, por suas críticas ao projeto, qualificando-as como “táticas caluniosas”.
Em resposta às afirmações de vários pastores de que o projeto que promoveu “não reflete a atitude do evangelho perante os imigrantes”, Tancredo disse que a segurança fronteiriça “não é um imperativo religioso”.
Vários grupos religiosos posicionaram-se contra o projeto aprovado na Câmara dos Representantes. O escritório de Washington D.C. da igreja Presbiteriana dos EUA divulgou um alerta a seus membros qualificando o projeto como “anti-imigrante e injusto”.
O Senador se disse ofendido com as críticas. “Como pessoa de fé estou ofendido com essas atividades radicais que invocam a Deus quando falam em favor de uma anistia”, disse Tancredo em uma declaração escrita, acrescentando: “se queremos ser uma comunidade em paz com a fé, devemos fazer cumprir a lei”.
Elenora Giddings Ivory, porta-voz do Programa Público de Advocacia da Vida, disse que a posição das igrejas sobre imigração é baseada na passagem da escritura Matheus 25, versículos 31-46, que fala da forma com que as nações são julgadas, em parte, pela maneira com que tratam os estranhos. “Nós temos a posição que apóia um entendimento de compaixão das políticas de imigração. Portanto, qualquer projeto que surja e não se adeque a um entendimento de compaixão das políticas de imigração, seria contra os nossos princípios”, disse Giddings Ivory.
Ela acrescentou que o projeto em tramitação no Senado, de autoria do Senador Republicano John Mc Cain, do Arizona, e do Democrata de Massachusetts Ted Kennedy, é o que mais aproxima-se dos ideais da igreja, baseado na proposta de um plano de trabalhadores convidados. O projeto é também apoiado pelos bispos católicos.
Espera-se que o Senado inicie o debate sobre a legislação de imigração no mês que vem, e a versão dos dois senadores deve ser conciliada àquela já aprovada na Câmara dos Representantes. “José e Maria tiveram que fugir de perseguições. Jesus não nasceu na comunidade em que viveu. Jesus e sua família talvez tivessem sido presos com uma política estrita de fronteira para a imigração”, disse Ivory.
Esse tipo de argumento ofendeu o Senador Tancredo, membro da Igreja Evangélica Presbiteriana. “Como uma pessoa de fé me sinto ofendido por esses “militantes radicais que invocam o nome de Deus em defesa de uma anistia. Se nós realmente queremos ser uma verdadeira comunidade de fé e compaixão, precisamos reforçar a lei e dar fim à essa charada da fronteira, que impele centenas de pessoas a cruzar esse deserto mortal todos os anos”, disse Tancredo.
Uma versão do projeto original de Tancredo propunha negar a cidadania aos filhos de indocumentados que nasceram nos Estados Unidos, mas foi eliminada da versão aprovada, que agora aguarda votação no Senado.
O Senador, líder do Comitê Eleitoral de Reforma da Imigração no Congresso, prometeu lutar contra uma série de projetos de trabalhadores convidados, incluindo o McCain-Kennedy, ao qual chama de equivalente a uma anistia para pessoas que infringiram a lei para entrar no país.
Jeanette R. De melo, diretora de comunicações para a Arquidiocese Católica de Denver, disse que a igreja não apóia uma anistia para imigrantes ilegais, e acredita que o tema está sendo distorcido. “A idéia de que a escolha está entre fronteiras totalmente abertas ou em uma versão norte-americana do muro de Berlin é distorcida. Nenhuma das alternativas é prática ou justa”, concluiu a diretora de Comunicações.