Senadores dos dois partidos propõem discussões sobre reforma imigratória

Por Gazeta News

Chuck Schumer

Passadas as eleições, dois senadores disseram, no dia 10, em diferentes aparições na TV, que estão trabalhando juntos em um plano para a reforma da imigração nos Estados Unidos, o que daria um caminho para a cidadania aos 11 milhões de imigrantes indocumentados. Com informações da “Reuters” e “Associated Press”.

O democrata Chuck Schumer, de Nova York, e Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul, promoveram propostas semelhantes e disseram que nenhum caminho para a cidadania estará disponível até que as fronteiras do país estejam seguras.

Só então aqueles que estão nos EUA sem autorização poderão “sair das sombras, serem biometricamente identificados, começar a pagar impostos e pagar uma multa por ter transgredido a lei’’, disse Graham, durante o programa da “CBS”, Face the Nation. “Eles não podem ficar a menos que aprendam a nossa língua, e têm que entrar no final da fila para se tornarem cidadãos. Eles não podem entrar na frente das pessoas que estão fazendo tudo da maneira correta. Poderá levar anos e mesmo uma década até que consigam obter seu Green Card’’.

Durante o programa da “NBC”. Meet the Press, Shumer disse que ele e Graham retomaram negociações sobre a política de imigração que pararam de discutir há dois anos e que eles “têm juntos um plano exaustivo e pormenorizado sobre a reforma da imigração que tem o potencial real para agradar os dois partidos com base na teoria de que a maioria dos americanos apoia a imigração legal, mas muitos são  contra a imigração ilegal”.

A política de imigração, em grande parte ignorada durante primeiro mandato do presidente Barack Obama, reemergiu como uma questão importante enquanto republicanos buscam formas de recuperar de seu desempenho eleitoral. Mais de 70% dos eleitores hispânicos apoiaram Obama, que tem sido mais aberto do que os republicanos para a revisão abrangente das leis de imigração.

Três dias depois da eleição do dia 6, o presidente da Câmara, John Boehner, R-Ohio, disse que era hora de abordar a política de imigração. Ele mencionou que é chegada a hora de Obama assumir a liderança com um plano para melhor uso das leis de imigração e o futuro dos milhões de indocumentados que vivem no país. Boehner, no entanto, não se comprometeu com a questão da cidadania.

Graham disse que o tom e a retórica usada pelos republicanos no debate sobre a imigração em 2006 e 2007 “construiu um muro entre o Partido Republicano e a comunidade hispânica”, diminuindo o apoio dos latino-americanos, de 44% em 2004 para 27% em 2012.

‘’Esta é uma fórmula estranha para um partido adotar: estamos perdendo votos, a cada eleição, do grupo demográfico que mais cresce no país. Uma coisa é dar um tiro no pé, mas não recarregue a arma. Tenho a intenção de não recarregar esta arma quando se trata de hispânicos. Tenho a intenção de destruir o muro e passar um projeto de reforma de imigração que é uma solução americana para um problema americano”, disse ele.

Ambos os senadores disseram que a reforma incluiria o desenvolvimento de um documento seguro para garantir que os empregadores estão contratando pessoas autorizadas a trabalhar no país, e que permita a imigração legal para os trabalhadores necessários em todos os níveis de habilidade. O caminho para a cidadania exigiria que imigrantes aprendam inglês, vão para o fim da fila de espera de cidadania, tenham um emprego e não cometam crimes.

Graham disse que a reforma teria que ser feito de tal forma que “não tenhamos uma terceira onda de imigração ilegal daqui a 20 anos. Isso é o que os americanos querem. Eles querem mais imigração legal e querem corrigir a imigração ilegal uma vez por todas”.

Em enquetes no dia 6, a “Associated Press” descobriu que 65% dos eleitores são a favor de que imigrantes indocumentados empregados tenham uma chance de se legalizar nos EUA. Mesmo entre os republicanos, cerca de metade dos entrevistados favoreceram um caminho legal para que indocumentados permaneçam nos EUA.