Senadores norte-americanos decidem hoje sobre retirada das tropas do Iraque.

Por Gazeta Admininstrator

Os senadores norte-americanos devem votar nesta quinta-feira (22) duas medidas propostas pelo Democratas que prevêem a retirada das tropas do Iraque.

Uma delas sugere que os últimos militares saiam do país até julho de 2007. A segunda planeja uma retirada gradual iniciada neste ano, mas não oferece um prazo para a saída final do Iraque.

Hoje cerca de 127 mil soldados ainda estão a serviço do Exército dos Estados Unidos no país.

A discussão sobre o assunto no Senado indica que o debate vai ter uma forte influência nas eleições para o Congresso daqui a quatro meses.

Os republicanos acusam os democratas de serem "fracos contra o terrorismo" e dizem que o fato de terem sido apresentadas duas propostas mostra a divisão dentro do partido.

Já os membros do partido Democrata acusam os republicanos de "seguir o presidente Bush cegamente" num conflito que está se provando cada vez mais impopular com os eleitores americanos.

De acordo com o correspondente da BBC em Washington Andy Gallacher, tanto republicanos como democratas estão tentando lucrar politicamente com o assunto, mas ele acredita que é improvável que alguma das propostas seja aprovada no Senado.

Urnas

Mesmo que não ganhem a votação no Senado, os democratas acreditam que as propostas podem levá-los a conseguir mais votos nas eleições para o Congresso, já que a guerra do Iraque está perdendo o apoio da população.

"É hora de decidir o que é mais importante, uma estratégia para ganhar a guerra no Iraque ou uma estratégia para que os republicanos ganhem as eleições em casa", disse a senadora democrata de Nova York, Hillary Clinton.

Os republicanos se opõem a qualquer retirada de tropas do Iraque, alegando que isso poderia desestabilizar o novo governo iraquiano.
"Retirar nossas tropas antes de os iraquianos terem a capacidade de se defenderem seria encorajar o terrorismo, incentivar a Al-Qaeda e ameaçar a segurança americana", afirmou o senador republicano John Warner, da Virgínia.

Para o republicano John Cornyn, do Texas, "a política de retirada e derrotismo, de simplesmente desistir, não serve bem à nossa nação".
Mas os democratas dizem que George W. Bush não foi bem-sucedido em delinear um plano para o futuro do Iraque.

"Não podemos continuar comprometidos sem saber quando será o fim (da guerra no Iraque)", afirmou o ex-candidato do partido à presidência, John Kerry.

Na semana passada, a Câmara dos Representantes americana aprovou uma moção apoiando a maneira como o presidente Bush está lidando com a guerra no Iraque e rejeitando a adoção de um prazo final para a retirada das tropas do país.