Setembro amarelo e a importância de se falar sobre o autoextermínio

Por Arlaine Castro

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Neste mês de setembro é iniciada a campanha mundial “setembro amarelo”, que busca conscientizar a população sobre a realidade do suicídio e mostrar que existe prevenção em mais de 90% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Assunto delicado, o suicídio é considerado um problema de saúde pública e mata 1 brasileiro a cada 45 minutos e 1 pessoa a cada 45 segundos em todo o mundo, de acordo com dados do Centro de Valorização da Vida no Brasil. Nos Estados Unidos, as taxas de suicídio aumentaram na maior parte dos estados entre 1999 e 2016, de acordo como Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Em 2016, foram quase 45.000 suicídios no país- mais do que o dobro do número de homicídios - tornando-se a 10ª principal causa de morte. Ainda, um novo estudo conduzido pela Vanderbilt University, publicado em maio no periódico acadêmico Pediatrics, relata que mais que dobrou entre 2008 e 2015 crianças e adolescentes em idade escolar hospitalizados por pensamentos ou tentativas suicidas. Mais da metade eram jovens entre 15 e 17 anos, seguidos por aqueles com idades entre 12 e 14 anos (37%) e aqueles com idades entre 5 e 11 anos (quase 13%). Como ajudar? Certifique-se de que a pessoa (filho (a)) saiba que não há nada que ela possa fazer para perder seu amor e reforce isso com abraços e palavras frequentes. Diga que você tem orgulho dele. “Evite fazê-lo parecer um fardo. Esses atos simples podem ajudar a mitigar os riscos de suicídio”, orienta a National Suicide Prevention Lifeline. Outras dicas importantes incluem: - Passe mais tempo com ele, faça caminhadas e brinque junto; - Deixe recados ou ligue quando estiver fora; - Dê tarefas domésticas e diga-lhe quão valiosa é sua ajuda; - Monitore as mídias sociais todos os dias; - Pratique o que fala para que ele perceba que os pais realmente se importam. Nos Estados Unidos, há as seguintes organizações de apoio: Teen Lifeline, 602-248-8336 (TEEN) or 1-800-248-8336 (TEEN) National Suicide Prevention Lifeline, 1-800-273-8255 (ligação gratuita) Suicide Resource Center (American Academy of Child & Adolescent Psychiatry) Terros Health, www.terroshealth.org Cuidado comesses sinais As crianças não decidem da noite para o dia para tentar o suicídio, ao contrário, seus pensamentos e planos são construídos. Fique atento a sinais, como: mudanças notáveis em atitudes e comportamento; isolamento; queixas físicas frequentes como dores de cabeça, dores de estômago ou outras dores; mudança na rotina diária; e indícios verbais evidentes ou preocupação com a morte e o morrer. Em crise, enfrente a situação Enfim, fale sobre o suicídio. A maior parte dos pais tem medo de perguntar por temer que isso instigue o pensamento da criança ou adolescente. Não vai. Pergunte diretamente “Você quer se matar?” Pergunte o que o faz querer morrer. Peça-lhe para pensar sobre o que ele tem que viver (um animal de estimação especial, amigo, parente). Remova o acesso a objetos que possam representar perigo, como armas, facas, cordas e cintos, medicamentos controlados ou não e procure ajuda profissional para uma avaliação. Essas orientações são da Suicide Resource Center.