Shakespeare diria: “Há algo de podre na República Tupiniquim”

Por Jamil Hellu

Shakespeare,  considerado o pai da literatura inglesa, se  no Brasil hoje estivesse, certamente  criaria não apenas uma, mas inúmeras personagens, tais quais  o  seu imortal  Hamlet. Com tanta corrupção, safadezas, traições, mentiras e roubalheiras que rodeiam o poder, seria bem fácil.

Espelhado em  países com governos totalitários, onde  o Estado tem o controle quase que total de seus cidadãos e, que, regulamenta todos os aspectos da vida pública e privada, como é o caso, da Coreia do Norte, Síria, Cuba, China, dentre inúmeros outros, criou-se em alguns países latino-americanos (leia-se “foro de São Paulo”) uma democracia de fachada, ou “democracia dos trouxas”, como é mais conhecida, onde os seus governantes aproveitam da ignorância da majoritária da população, a qual está abaixo da linha de pobreza, socorrendo-a com um assistencialismo interesseiro, através de alguns benefícios como bolsa família, Minha casa minha vida e outros, para, em troca, receber “votos”. Daí,  um campo fértil para os mandatários se perpetuarem, ou quase, no poder.

Governantes populistas,  incompetentes, desonestos e  imorais, mas brilhantes na arte de corromper e ser corrompidos e,  sob o comando do Executivo, que com dinheiro e com a “caneta” (nomeações, etc), estatiza as instituições públicas, “amansam” o Judiciário (este nas suas altas cortes) e “compram” o Legislativo (congresso federal).

A Venezuela é o maior exemplo, sob a falsa e ilusória bandeira do bolivarianismo, seguida da Bolívia, Equador e Nicarágua.

A Argentina, o Paraguai e Honduras, quase.  Felizmente, apearam, a tempo, os seus governantes que trilhavam por aquele mau caminho.

Quanto ao Brasil, de 2002 para cá, sob o comando de Lula e,  em seguida, de Dilma, apoiados pelo PT, o mais lídimo partido  representante da ideologia bolivariana, levaram o país a sua maior crise política e moral de sua história republicana.

Com Dilma alcançando o maior índice de rejeição (mais de 80%) pela população, e ela, em vias de um impeachment,  a maioria de seus ministros envolvidos em “mal feitos” e os cabeças do PT, processados e muitos presos.

Por outro lado, o Legislativo enlameado, com os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (este investigado em seis inquéritos) e Eduardo Cunha,  atolados até o pescoço (juntamente com a maioria de seus pares, senadores e deputados), mas que graça ao Supremo Tribunal Federal e  Procurador Geral da República, frouxos e compromissados, devedores do “pagamento da fatura”, os dois continuam à frente daquelas duas Casas legislativas. Se tais fatos ocorressem em qualquer país sério, toda aquela corja já estaria afastada de suas funções, se não, presos.

Quanto ao Judiciário, através de suas duas mais altas cortes, STF e STJ, principalmente o primeiro, composto em sua maioria por ministros compromissados e subservientes ao Executivo e, em benefício deste, sempre procuram decidir.

O julgamento no STF, no último dia 17, para se decidir os ritos que deverão ser adotadas no processo de impeachment de Dilma Rousseff, além de mostrar a ingerência do Judiciário no Legislativo, mostrou que os ministros do Supremo ignoraram a Constitução Federal e o Regimento Interno e, principalmente, não atenderam o clamor da quase totalidade da população brasileira.

Em relação ao segundo, STJ, o poder do abominável Renan Calheiros é tanto que conseguiu plantar como ministro nesta alta corte de Justiça, um desconhecido juiz pernambucano, Ribeiro Dantas, que como “pau mandado”, julgaria os processos envolvendo “figurões” do Petrolão.

Sorte que, após a sua primeira participação processual, quando buscou conceder um Habeas Corpus ao empreiteiro Marcelo Odebrecht, foi desmacarado por outros ministros e, felizmente, já defenestrado da Câmara onde fora “plantado”.