Sharon ficará sedado por pelo menos mais dois dias

Por Gazeta Admininstrator

Ariel Sharon já havia sofrido um derrame leve no mês passado
Os médicos responsáveis pelo tratamento do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, afirmaram nesta quinta-feira que ele deve permanecer sedado por pelo menos mais 48 horas em um hospital de Jerusalém.
Sharon, que sofreu um derrame na noite de quarta-feira, está sendo mantido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Hadassa Ein Kaem, depois de passar por cirurgias de sete horas para estancar a hemorragia em seu cérebro.

O diretor do hospital, Shlomo Mor-Yosef, disse a jornalistas que Sharon está em estado grave, porém estável.

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"Sharon está sedado, sob anestesia e no respirador, este é o principal tratamento que ele está recebendo e que visa reduzir a pressão intracraniana. Este tratamento deve continuar pelas próximas 48h a 72h, dependendo de sua condição. Gradualmente vamos tentar acordar o primeiro-ministro para avaliar sua resposta e suas atividades cerebrais", disse o médico.

"Poucas chances"

Para o professor Tzvi Ram, diretor do departamento neurocirúrgico do hospital Ihilov, de Tel Aviv, são pequenas as chances de sobrevivência do primeiro-ministro.

De acordo com Ram, o prognóstico de Sharon “é muito ruim, as chances de sobreviver a um derrame desta dimensão são poucas e as chances de poder voltar a um funcionamento normal são menores ainda”.

O vice de Sharon, Ehud Olmert, foi nomeado primeiro-ministro interino.

As eleições gerais israelenses continuam marcadas para o dia 28 de março, conforme planejado.

"A dissolução do parlamento e as eleições... não foram afetados pela condição da saúde do primeiro-ministro", disse um comunicado do Ministério da Justiça.

A imprensa e os círculos políticos estão especulando que, mesmo que Sharon se recupere, ele não deve continuar a governar o país.

O correspondente da BBC em Jerusalém Jeremy Bowen disse que o derrame de Sharon muda todos os cálculos políticos em Israel.

Segundo Bowen, nenhum dos outros candidatos a primeiro-ministro é capaz de inspirar a mesma confiança dos eleitores e têm a vontade, experiência ou a intenção de levar adiante os planos de Sharon.

Vice de Sharon

Na manhã desta quinta-feira, o premiê foi levado de volta à mesa de operações após ter passado por uma operação que durou cerca de 7h durante a madrugada. Ele foi hospitalizado às pressas na quarta-feira por volta das 23h, hora local (19h em Brasília).

Ao término da primeira cirurgia, o primeiro-ministro foi submetido a uma tomografia computadorizada que indicou que, apesar dos esforços dos médicos, a hemorragia cerebral não havia sido estancada.

Os cirurgiões resolveram então que Sharon deveria retornar à mesa de operações, segundo Mor-Yossef, "para tratar de outras regiões do cérebro".

O analista político Raviv Druker afirmou que o sistema político em Israel trabalha com a hipótese de que Ariel Sharon não vai poder voltar ao cargo de primeiro-ministro. "Trata-se de uma situação política inteiramente nova e cheia de pontos de interrogação", disse Druker.

Poucos minutos depois da chegada de Sharon ao hospital Hadassa, todos os seus poderes foram transferidos ao vice-primeiro-ministro Ehud Olmert.