sin city

Por Gazeta Admininstrator

"Sin City" estréia amanhã
O autor divide a direção com Robert Rodriguez ("A Balada do Pistoleiro", "Um Drink no Inferno", "As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl em 3-D" e "Pequenos Espiões", entre outros), que também assina o roteiro. O resultado foi uma produção que leva os personagens dos quadrinhos para o cinema de uma forma absolutamente diversa das escolhas feitas para os super-heróis Homem-Aranha, Batman, Quarteto Fantástico e outros --é justo dizer que os personagens de Miller não têm superpoderes, mas nem por isso têm menos presença.

Então, esqueça as explosões e os vôos rasantes. Para começar, "Sin City" está em preto-e-branco, com inserção pontual de algumas cores, como o vermelho e o amarelo, que aparecem para marcar determinados personagens. Um deles é o Assassino Amarelo (Nick Stahl), que dá nome ao conto homônimo, um dos três mostrados no filme (os outros dois são "Cidade do Pecado" e "A Grande Matança").

Alguns dirão que, se a atmosfera dos quadrinhos chega exata às telas, não traz nada além do que já se viu no papel. Dirão que "Sin City" é o filme da série de Frank Miller (que até faz uma ponta como padre), e a ela se limita. Uns chamarão de fiel, outros de simplório. E dirão --aliás, já disseram-- que os personagens são rasos.

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Frank Miller é co-diretor e autor dos quadrinhos
Nancy (Jessica Alba) é a garotinha indefesa que cresceu e ficou gostosa, o policial John Hartigan (Bruce Willis) é o salvador da garotinha, Marv (Mickey Rourke) é o brutamontes com o coração mais justo do universo, o Assassino Amarelo é o vilão asqueroso, Gail (Rosario Dawson) é a líder das prostitutas que sabe muito bem se proteger, e por aí vai. Mas eles não ficaram assim no cinema. Nasceram assim, lá nas páginas dos quadrinhos.

O filme estreou no fim de março nos Estados Unidos. A estréia no Brasil estava marcada inicialmente para o fim de maio, mas foi adiada para esta sexta-feira (29).

Como todo thriller violento, "Sin City" tem atrativos de sobra para levar adolescentes à sala de cinema. Quer ver um rapaz (Kevin, vivido por Elijah Wood) definhando amarrado a uma árvore, apenas com os cotocos, depois de lhe terem serrado braços e pernas? É só comprar o ingresso. Um homem (Jack Rafferty, interpretado por Benicio Del Toro) com a cabeça dependurada? Vá lá.

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Quentin Tarantino dirigiu uma das cenas de Benicio Del Toro
Mas também, mais uma vez, é justo dizer que toda essa violência não soa gratuita nem fora de propósito dentro da produção. Menos ainda na cena dirigida por Quentin Tarantino, com Jack Rafferty e Dwight (Clive Owen) dentro do carro, Jack já morto (ou não, no que depende de Tarantino).

Toda a escuridão, os quadros fechados, a tortura, a morte lenta, o asco e as idéias de quem levou e agora quer bater não foram pensadas por Rodriguez. Já estavam lá, nos quadrinhos de Miller, e Rodriguez apenas as traduziu, como ele mesmo define sua "culpa" na história.

E o diretor realmente tomou gosto pela obra de Frank Miller. Sua vontade de contar as histórias da Cidade do Pecado ainda não se esgotou. "Sin City 2" está em pré-produção e tem estréia marcada para 2006.