Sudão afirma que 1,2 mil soldados do sul morreram em combates

Por Gazeta News

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De acordo com a “Folha”, aproximadamente 1,2 mil soldados sul-sudaneses perderam suas vidas em combates registrados na disputada zona petroleira e fronteiriça de Heglig. Os dados foram anunciados, no dia 23, pelo comandante do exército sudanês, Kamal Maruf, sem fornecer o número de baixas que suas próprias fileiras teriam sofrido.

"O número de mortos é de 1.200 para o SPLM", os antigos rebeldes do sul, que ostentam o poder no Sudão do Sul desde a divisão em julho de 2011, declarou este responsável militar perante dois mil soldados, durante uma visita a Heglig.

No dia 22, as autoridades de Cartum mencionaram que morreram cerca de 400 soldados sudaneses nos combates. A informação é até o momento impossível de verificar, mas, segundo um correspondente da AFP, a zona está semeada de cadáveres de soldados do Sudão do Sul.

Há uma semana, depois de vários dias de combates, as autoridades de Juba consideraram que 19 membros do exército sul-sudanês faleceram e que os mortos nas fileiras sudanesas chegavam a 240.

Zona Petrolífera O governo de Cartum anunciou na sexta-feira a reconquista de Heglig, ocupada no dia 10 de abril pelo exército sul-sudanês, cujos responsáveis afirmaram que, pressionados pela comunidade internacional, se retiraram totalmente desta localidade de importância estratégica. Devido às restrições impostas pelo governo de Cartum, os jornalistas não puderam chegar a Heglig durante os combates.

A tensão continua sendo muito alta entre os dois países, que não conseguiram resolver por via diplomática certas questões relativas à divisão, como, por exemplo, o traçado da linha de fronteira e a repartição dos lucros petroleiros.

A zona fronteiriça de Heglig representa a metade da produção petroleira do Sudão desde a partilha. No entanto, Juba insiste em reivindicar sua autoridade sobre este território, considerado sudanês pela comunidade internacional.

EUA ordenam fim de bombardeios do Sudão contra Sudão do Sul

Os Estados Unidos convocaram o Sudão a "cessar imediatamente os bombardeios aéreos" no Sudão do Sul e que os governos de ambos os países retomem as negociações. A convocação foi feita no dia 23. quando um ataque deixou dois mortos, segundo informações do “Terra”. "O Sudão deve cessar imediatamente os bombardeios aéreos e os disparos de artilharia em direção ao Sudão do Sul", declarou em um comunicado a porta-voz do departamento de Estado, Victoria Nuland.

Aviões bombardeiros sudaneses lançaram, no dia 23, um novo ataque contra a cidade fronteiriça de Bentiu, no Sudão do Sul, capital do Estado petrolífero de Unidade. Fortes explosões sacudiram a localidade depois que várias bombas caíram perto de uma ponte estratégica e de um mercado, matando ao menos uma criança e ferindo vários adultos civis, segundo um jornalista da AFP no local.

Estes bombardeios ocorrem depois que as tropas sul-sudanesas abandonaram a região de Heglig, uma zona fronteiriça reivindicada por ambos os países, mas amplamente atribuída ao Sudão pela comunidade internacional. "Reconhecemos o direito do Sudão do Sul de se defender", declarou Nuland. "Mas solicitamos que o Sudão do Sul mostre cautela (...) e evite toda ação desproporcional que envenenaria ainda mais o conflito".

Cartum e Juba "devem entrar em acordo para pôr fim imediatamente e incondicionalmente às hostilidades e deve se comprometer a retomar as negociações sob a égide da União Africana", acrescentou a porta-voz do departamento de Estado. A tensão continua sendo muito alta entre os dois países, que não conseguiram resolver pela via diplomática certas questões relativas à divisão, como por exemplo o traçado da linha fronteiriça e a repartição dos lucros petroleiros.