Sul da Flórida: crise na economia brasileira afeta a exportação de smartphones

Por Gazeta News

“Existem dois motivos pelos quais mais brasileiros estão tentando vender. Primeiro, porque quem comprou em meados de 2011, 2012, já teve lucro com a valorização dos imóveis no sul da Flórida e, às vezes, quer investir em algo maior. Em segundo, têm aqueles que querem vender por necessidade mesmo, para comprar algo no Brasil agora”, explica a paulistana que é corretora há 11 anos – e que já viu o mercado dos clientes brasileiros seguir várias tendências.

Até o meio do ano, Fabiana relata que fez boas vendas a clientes, que são todos brasileiros e com poder aquisitivo mais alto que os do passado. Foi da metade do ano para cá, com a desvalorização brusca do real em relação ao dólar, que seus compradores levaram um “susto”. Fabiana estima que houve uma queda de 60 a 70% nesses clientes. O que está em alta agora são aqueles clientes que compraram recentemente e estão tentando alugar suas propriedades. “Se uma pessoa tem uma despesa de $2.500 dólares por mês em um apartamento simples em Aventura, isso em real agora sai quase R$10 mil”, calcula. “A locação está aquecida no mercado”.

Outra coisa que mudou, explica a corretora, é que muitos que compraram o apartamento ainda na planta terminavam de pagar à vista. “Agora eles financiam o restante do valor”. Turismo A crise não tem impedido brasileiros de viajar à região. Mas eles têm gastado bem menos. Pela primeira vez em 20 anos houve uma queda de 3% no número de brasileiros vindo à Flórida no ano passado, segundo o Miami Conventions and Visitors Bureau. Embora a queda de visitantes brasileiros não tenha sido tão grande, quem mais está sentindo a retração são os outlets.

Desde o começo do ano, segundo o Banco Central, os brasileiros reduziram em 25% os gastos com compras fora do país (o dado compila as transações com cartões de crédito no exterior). Em setembro, no entanto, o BC apontou uma queda ainda maior nos gastos, que caíram 47% em relação ao mesmo mês em 2014.

Em vez de comprar, brasileiros que visitam a região tem aproveitado para viajar mais. Carlos Salomão, de 64 anos, aproveitou a viagem para fazer passeios diferentes. “Fui a Sarasota, Tampa e curti Orlando sem ir a parques”, disse ele, que viajou com a esposa, ao “Estadão”.