Super Bom - Show de Bola

Por César Augusto

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Estou escrevendo esse texto no aeroporto de Las Vegas. Nos últimos dias trabalhei na cobertura da volta de Anderson Silva ao octógono. Terminei de editar a reportagem do Globo Esporte no meio do Super Bowl. Era a que faltava. Consegui assistir a segunda metade do jogo. Perdi o show da Katy Perry. Mesmo quem não gosta de esporte percebeu que foi um fim de semana diferente. Foi um fim de semana espetacular.

Do céu ao inferno Vamos começar com o UFC. Anderson Silva não é uma unanimidade. A luta pode não ter sido das melhores. Um pouco “morna” demais. Mas a promoção do evento, feita pelo UFC, foi perfeita. Foi emocionante. Dava para sentir no ar a expectativa dos torcedores que estavam no ginásio. O medo que todos estavam em relação aos chutes com a perna que o Aranha quebrou há mais de um ano. Para ser mais preciso, Anderson Silva ficou 399 dias sem lutar. Foram 5 rounds contra um adversário que não respeita limites quando o assunto é provocação. Nick Diaz chegou a deitar no octógono para provocar o brasileiro. Anderson manteve a cabeça no lugar e lutou para não perder. Depois de 5 rounds, venceu por pontos. Assim que teve seu braço erguido, Anderson Silva desabou e chorou muito. A cena foi emocionante. Muita gente apostava que ele, com quase 40 anos, não voltaria a lutar. Voltou e ganhou. Conseguiu desafiar seus próprios limites e venceu.

Ginásio lotado e uma audiência absurda na TV. Até aí, céu. Mas, na terça-feira, dia 3, pintou o inferno. Dois resultados de exames anti-doping e dois lutadores pegos. Um deles, o maior de todos os tempos no MMA, Anderson Silva. Duas substâncias, daquelas de nomes difíceis, que são encontradas em remédios usados para melhorar a performance. Ou seja, doping. O outro foi o adversário dele, Nick Diaz, pego com, simplificando os nomes, maconha.

Não dá para analisar o fato profundamente. Ainda deve rolar contra-prova e Anderson Silva ainda não fez nenhuma declaração em relação a isso. É assunto para as próximas colunas. Seria um tipo de “sensacionalismo barato” detonar o “Aranha” agora.

Bola oval Aí, chega domingo e temos o Super Bowl. Patriots contra Seahawks. Outro estádio maravilhoso lotado. Outra audiência maravilhosa na TV. Comerciais caríssimos. A exibição de cada um deles, só a exibição, custa $4.5 milhões de dólares. Todos os espaços publicitários foram vendidos. Jogo emocionante, decidido no finalzinho e vencido pelo Patriots. Em Las Vegas, que estava longe da realização do jogo e das cidades dos times, os bares estavam lotados.

Aí, resolvi dar uma olhadinha para ver o que estava acontecendo no esporte do Brasil no fim de semana. Começaram os campeonatos regionais. São Bernardo, São Bento, Audax, Linense, Penapolense, Macaé, Boavista, Bonsucesso, Cabofriense… e por aí vai. Dá vontade de chorar. Ok, não são todos os fins de semana que são históricos no esporte dos Estados Unidos. Mas todas as semanas temos aqui jogos da NBA, por exemplo. E quem já foi a um jogo da NBA sabe que é um show maravilhoso. Qualquer jogo, em qualquer lugar. Ginásios lindos, com estacionamento, conforto…

E no Brasil?