Surto de sarampo ameaça continente americano

Por Gazeta News

O vírus do sarampo está sendo combatido pelo continente americano e é responsável por um atual surto no Equador. Carlos Castillo, assessor regional de imunizações da rubéola e sarampo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), disse que até o começo deste mês foram registrados 1.015 casos na América, todos eles por vírus trazidos por viajantes de outras regiões.

“Há uma grande mobilização para evitar que o vírus se reinstale”, disse Castillo, ao assegurar que a enfermidade foi erradicada na América em 2002.

O sarampo é uma doença muito contagiosa que pode causar graves complicações, inclusive a morte. Mas é facilmente prevenido com vacinas até os 15 anos de idade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), neste ano foram registrados mais de 150 mil casos na Europa, África e América.

Na América o maior foco registrado foi em Québec, no Canadá, com 742 infectados, 89 dos quais foram hospitalizados, embora nenhum tenha morrido, segundo a OMS.

O resto dos focos apareceu nos Estados Unidos, com 213 casos, Brasil (18), Colômbia (7), México (3) e Chile (6). Embora a OMS tenha registrado 41 casos no Equador, o ministério da Saúde deste país calculou, nesta sexta-feira, em 73 o número de afetados pelo vírus.

Na América, comentou Castillo, os países fiscalizam suas fronteiras e fazem trabalhos conjuntos de vacinação, mas não estão livres do risco, pois não podem impedir o trânsito das pessoas. Até o momento se “recomenda” a vacinação contra o sarampo para entrar nos países, explicou.

Surto no Equador

Apesar disso, a situação atual, incluindo o surto no Equador, está “sob controle”, segundo Castillo. Ana Morice, consultora regional da OPS, esclareceu que “não há uma maior disseminação” do sarampo e explicou que o vírus foi eliminado no país há pelo menos 12 meses. “Se o surto continuar por até um ano, consideramos que o vírus foi reintroduziu no continente, mas isso não ocorre desde 2002, pois todos os focos foram controlados a tempo”. O que mais durou, com 11 meses, foi na Venezuela em 2006, disse a especialista.

Para Ana, a responsabilidade é de países de outras regiões para conseguir grandes coberturas de vacinação e fortalecer a vigilância. Caso contrário, no continente americano, “onde o cerco à doença foi muito bem feito, será difícil conter os focos secundários por vírus importados”.