Taxa de pobreza diminui em famílias sustentadas por mulheres nos EUA

Por Arlaine Castro

Renda familiar e seguro-saúde nos EUA Os dados oficiais de pobreza relativos a 2018 indicam que há motivo de preocupação, apesar da recuperação relatada. A renda média familiar foi de US $ 63.179, estatisticamente a mesma de 2017. Ou seja, não houve ganho considerado. Além disso, na saúde - um dos pontos que mais preocupa quem vive nos EUA - o número de americanos sem seguro-saúde somavam 27,5 milhões de pessoas em 2018, um aumento de quase 8% em relação a 2017, segundo a fundação. "Me privava até de ir ao médico" A goianense Abadia Carvalho, 38 anos, que vive sozinha com as três filhas em Newark, New Jersey, e chegou ao país sem nada há seis anos, conta que morava com as três pequenas em um "quarto, sala, cozinha e banheiro", se considera vencedora e diz que a realidade hoje é bem diferente de há alguns anos. "Era bem difícil, muito apertado e nós não tínhamos cama, dormíamos no colchão no chão. Deixamos uma vida já estabilizada pra recomeçar do zero e sem nada, só com a coragem", relembra a mãe de Alini, hoje com 21, Yasashi, 16, Ayumi, 14, que nasceram no Japão e vieram fugindo de violência doméstica. Segundo Carvalho, ela era casada com um brasileiro descendente de japonês e moravam no Japão há alguns anos. "Vim fugida pra cá porque ele era violento tanto comigo quanto com as meninas. Não está nem um pouco preocupado com elas, lutei por três anos na justiça por um divórcio que saiu há três meses. A pensão e a guarda ainda luto na justiça lá no Brasil", diz. Com o apoio inicial da irmã, aos poucos a situação foi melhorando. Começou a trabalhar e ganhava U$500,00 dólares por semana como ajudante de faxina. "Pagava aluguel de U$700,00, mais as despesas da casa, saúde, alimentação, vestuário, etc, era bem apertado. Minhas filhas pediam celular, roupas, mas eu não podia dar. Me privava até de ir ao médico", destaca. Carvalho deixou de ser ajudante e de uns anos pra cá passou a trabalhar por conta própria, limpando sozinhas as casas, e hoje garante que sua renda é bem melhor e a vida é outra. "Por tudo que passei, me considero uma mulher vencedora". *O Census Bureau classifica os domicílios familiares (definidos como duas ou mais pessoas que vivem juntas relacionadas por nascimento, casamento ou adoção e um deles é o provedor) em três grupos: casal, mulher sem nenhum cônjuge e chefe de família do sexo masculino sem a presença do cônjuge. Leia também “Deu ‘blackout’ e isso acontece, é real”, conta brasileira que esqueceu filho no carro em NY Exclusivo: Filhos de brasileira levados ilegalmente para o Brasil voltam para os EUA