Tecido macio de tiranossauro revela capacidade de conservação

Por Gazeta Admininstrator

Washington, 24 mar (EFE).- O tecido macio de um tiranossauro rex encontrado em fósseis de um exemplar que viveu há 70 milhões de anos demonstra sua alta capacidade de conservação no tempo, segundo afirmou hoje, quinta-feira, um estudo publicado na revista "Science".

Além disso, as células contidas nesse tecido macio permitiriam o isolamento de suas proteínas, um material que seria crucial na pesquisa sobre estes animais, acrescentou.

Os tiranossauros eram enormes dinossauros carnívoros que viveram principalmente no continente americano durante o Cretáceo Superior.

Até agora acreditava-se que o tecido suave podia ser preservado por poucos milhões de anos, mas a descoberta desse material nos restos fósseis inclui uma quantidade importante com vasos capilares e células, afirmou a pesquisadora Mary Higby Schweitzer, da Universidade da Carolina do Norte.

"A excelente preservação do tecido... pode abrir vários caminhos para o estudo da fisiologia do dinossauro e, talvez, alguns aspectos de sua bioquímica, especialmente se forem identificados tecidos macios em outros fósseis", afirmou Schweitzer.

O tecido macio foi encontrado no osso do quadril de um tiranossauro rex identificado como MOR 1125 e descoberto numa região de dunas do estado de Montana. Quando morreu, o animal tinha cerca de 18 anos de idade.

"Os vasos capilares e seu conteúdo são semelhantes em todos os aspectos aos encontrados nos ossos de um avestruz", afirma o estudo numa referência à teoria de que os pássaros modernos são descendentes dos dinossauros.

Em certas partes do osso fóssil do tiranossauro havia estruturas fibrosas que eram idênticas a células ósseas, chamadas osteócitos, encontradas nos avestruzes.

Esta descoberta é "apaixonante", disse Matthew Carrano, curador do Museu Nacional de História Natural.

"Estamos entrando na biologia em pequena escala deste animal, uma oportunidade que raramente se apresenta", acrescentou.