A temporada de furacões começou oficialmente no dia 1º de junho e estende-se até novembro. Embora tenha sido o estado mais atingido historicamente, há oito temporadas que a Flórida não é atingida. Mas é justamente por causa disso que autoridades pedem atenção especial. “Somos muito vulneráveis”, disse o diretor do National Hurricane Center, Rick Knabb, ao “Miami Herald”.
As temporadas continuam ativas, mas nos últimos anos os furacões desviaram da Flórida, dando uma pausa merecida depois de o estado ser atingido por fortes tempestades. Em 2004, quatro furacões aterrissaram na Flórida: Charley, Frances, Ivan e Jeanne. Em 2005, o Katrina passou pela Flórida antes de devastar New Orleans e o Wilma, que causou prejuízos que chegaram a $20,6 bilhões de dólares e deixou 98% do sul da Flórida sem energia elétrica.
Desde então, a Flórida tem sido pouco atingida, mas ainda com prejuízos altos, como o causado por Isaac, em 2012, que embora não tenha aterrissado, deixou prejuízos que passaram de $70 milhões de dólares.
El Niño pode fazer a temporada mais calma
Oficialmente, este ano a previsão é também de poucas tempestades como em 2013, que teve o menor número de furacões desde 1981. Meteorologistas dizem que o padrão climático El Niño no Pacífico deve manter o número de tempestades nomeadas entre oito e 13. Eles prevêem que de 3 a 6 podem tornar-se furacões e que dois poderiam se transformar em grandes tempestades.Mesmo assim, isso não quer dizer que não haverá poderosos furacões, dizem especialistas. O furacão Andrews devastou a Flórida em agosto de 1992, depois de um verão calmo. Como exemplo mais recente, temos o Sandy, que no final de 2012 causou devastação na costa nordeste dos EUA.
Cientistas dizem que ainda é cedo para determinar quão forte será o El Niño ou mesmo quando o fenômeno se desenvolverá.
Furacões com nomes de mulher podem causar mais destruição
Os furacões com nomes femininos podem matar três vezes mais porque as pessoas os percebem como menos ameaçadores do que as tempestades com nomes masculinos, afirmam cientistas em um estudo publicado no periódico “Proceedings of the National Academy of Sciences”, que abrangeu mais de seis décadas de furacões atlânticos, anunciado no dia 2.
Cientistas desenvolveram este sistema nos anos 1970 para evitar uma percepção influenciada por gênero e os furacões são nomeados segundo uma ordem pré-determinada e alternada que não tem nada a ver com a força da tempestade. Mas o resultado foi letal, segundo um estudo.
Pesquisadores da Universidade de Illinois analisaram dados sobre as fatalidades relacionadas a cada furacão que tocou a terra nos Estados Unidos entre 1950 e 2012. “Comparativamente, estima-se que um furacão com nome masculino cause 15,15 mortes, enquanto se calcula que um furacão com nome feminino cause 41,84 mortes”, destacou o estudo.
“Em outras palavras, nosso modelo sugere que mudar o nome de um furacão severo de Charley para Eloise pode triplicar sua letalidade”, acrescentou.
Os cientistas desconsideraram duas grandes tempestades em suas análises - os furacões Katrina (2005) e Audrey (1957) - porque mataram um grande número de pessoas e poderiam distorcer os resultados.
“Ao julgar a intensidade de uma tempestade, as pessoas parecem aplicar suas crenças sobre o comportamento masculino e feminino”, explicou o co-autor do estudo, Sharon Shavitt, professor de marketing.
“Com isto, um furacão com nome de mulher, especialmente um com um nome muito feminino, como Belle ou Cindy, parece mais suave ou menos violento”, prosseguiu.
“Esta é uma descoberta muito importante”, disse Hazel Rose Markus, professor em ciência comportamental na Universidade de Stanford, que não participou do estudo. “Isso demonstra que nossas associações com base cultural determinam nossos passos”.
Antes da decisão de dar nomes alternados feminino e masculino, os furacões só recebiam nome de mulher, uma prática surgida da crença de que as tempestades, assim como as mulheres, seriam imprevisíveis.
Com informações do “Miami Herald” e “Yahoo”.