Tensão aumenta com o assassinato de dois policiais em Nova York

Por Gazeta News

morte de policiais ny - foto AFP

As tensões entre a polícia e população aumentaram depois que dois policiais foram executados no Brooklin, Nova York, no sábado, dia 20. Ismaaiyl Brinsley, de 28 anos, o suposto assassino, cometeu suicídio após o crime em uma plataforma do metrô.

No dia seguinte, o assombro e raiva tomaram conta da cidade. A morte dos policiais foi, aparentemente, para vingar a morte de dois homens negros, cujas mortes provocaram vários protestos nas últimas semanas em todo o país.

Antes do assassinato, Brinsley, que teria vindo de Baltimore, teria anunciado a ação em um  post em uma conta do Instagram: “Olhem o que vou fazer”, disse Brinsley antes de matar os policiais, segundo o chefe do departamento de investigação da polícia de Nova York, Robert Boyce. Ao lado da foto de uma arma, ele escreveu a mensagem: "Hoje dou asas aos porcos. Eles levam um de nós... Vamos levar 2 deles".

"#ShootThePolice #RIPErivGardner #RIPMikeBrown", continuou, em alusão a Eric Garner, um homem negro que morreu em uma detenção violenta, em julho, em Nova York, e ao adolescente Mike Brown, morto pelas mãos de um policial em Ferguson, no Missouri, em agosto. Brinsley tinha antecedentes criminais.

Sangue frio

Os dois policiais, Wnjian Liu, de 32 anos, recém-casado, e Rafael Ramos, de 40 anos, pai de um adolescente de 13, foram mortos a sangue frio com tiros na cabeça, enquanto estavam dentro de sua patrulha estacionada em frente a um conjunto residencial no Brooklyn, na tarde de sábado.

Nenhum dos policiais teve tempo de sacar suas armas e talvez nem mesmo tenha podido ver o criminoso, explicou o chefe da polícia de Nova York, Bill Bratton, à imprensa.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio e Bratton, assistiram juntos a uma missa, no dia 21, na catedral de Saint Patrick, celebrada pelo cardeal Tim Dolan. Pessoas se aproximaram do local da tragédia para depositar flores e velas em memória dos policiais mortos.

O duplo assassinato acontece no pior momento para o prefeito democrata.

Suas relações já são tensas com a polícia, que o acusa de não apoiá-la suficientemente e de ser tolerante demais com os manifestantes, que foram várias vezes às ruas de Nova York nas últimas semanas para denunciar as mortes de Garner e Brown.

"Prefeito De Blasio, o senhor tem claramente as mãos sujas de sangue destes dois policiais", acusou Edward Mullins, presidente da Sergeants Benevolent Association (SBA), uma organização que reúne 11.000 policiais da ativa ou aposentados de Nova York.

As famílias Garner e Brown repudiaram "toda forma de violência contra a polícia", que consideraram "inaceitável".

"Temos que trabalhar juntos para alcançar a paz em nossas comunidades", escreveram em um comunicado.