Terminando 2011 com vitória sobre a Imigração

Por Marisa Arruda Barbosa

Enquanto o ano de 2011 foi difícil para imigrantes, que não viram muitas mudanças na tão sonhada reforma imigratória integral, diversas histórias individuais na comunidade representam verdadeiros milagres, além da representação adequada.  Conheça a história de dois casais que conseguiram sair da ordem de deportação para a fila do Green Card. Um terceiro casal, começa 2012 ainda esperando por notícias da imigração – em liberdade.

Na fila do Green Card, depois de mais de 16 anos no país

O pastor evangélico Germano Augusto, sua esposa Ana, e a filha adolescente, vivem no sul da Flórida desde 1994. Em dezembro de 2000, o casal entrou com uma aplicação de certificação de trabalho, baseado em uma aprovação do ex-presidente Bill Clinton. Ana contou então com o patrocínio de seu empregador na época e o casal contratou um advogado para dar entrada no processo, em 2001.

Menos de dois anos mais tarde, a aplicação foi aprovada, no entanto o advogado nunca os avisou. Dois anos mais tarde o casal ficou sabendo da aprovação, mas naquele ano a empresa do empregador havia se desfeito, e não puderam prosseguir com o mesmo processo.

Em 2006, eles tiveram que iniciar outro processo de certificação de trabalho, com outro empregador, desta vez com os serviços do escritório de advocacia Nogueira Morton. A certificação foi aprovada, mas naquela época, por causa da fila de espera para o Green Card, não havia como dar entrada de imediato para a residência do casal como teria sido o caso em 2003, caso tivessem sido avisados pelo advogado na época. O casal estava agoniado, pois a filha já completara 21 e já não mais poderia se beneficiar do processo deles.

Para piorar, em 2008, o casal recebeu uma notificação de que haviam sido colocados em processo de deportação. A advogada Iara Nogueira Morton representou o casal e conseguiu diversas extensões de prazo. Em 2011, os advogados mudaram a tática de defesa do casal para um cancelamento de deportação com base em vida contínua nos EUA por mais de 10 anos, além de outros critérios.

Quando todo o processo estava pronto para ser apresentado em audiência final em novembro de 2011, a advogada Iara Morton, sabendo que teria o cancelamento negado e as Ordens de Deportação finalmente emitidas, tentou usar como recurso o último memorandum do Diretor do ICE, John Morton, que encoraja o exercício da discrição por parte dos promotores em casos onde existe forma de ajustamento.

Com essa última tática, os processos de deportação de Germano e Ana Augusto foram finalmente administrativamente fechados por ordem do Juiz, e os dois estão fora do processo de deportação após lutar desde 2008, e 16 anos de vida no país. “Agora basta esperar a fila do Green Card andar, para poderem entrar com a petição para ajustamento de status e obter seus Green Cards”, conta Iara Morton.

O fim de três anos de aflição

Um brasileiro que chegou aos Estados Unidos em 1995 com 9 anos conseguiu finalmente acabar com uma aflição que durou três anos. Depois de ser colocado em deportação com dois crimes nas costas, ele conseguiu, finalmente, a aprovação para entrar com pedido de Green Card.

No último ano, Renato Silva foi com sua esposa americana, Brooke, consultar os advogados do escritório de advocacia Nogueira Morton. Renato estava em processo de deportação emitido pela Corte de Imigração em Miami. Ele chegou aos EUA com sua família em 1995, e entrou no país com visto de turista. Seus pais, no entanto, resolveram ficar nos Estados Unidos, em busca de uma vida melhor, e toda a família ficou além do permitido pelo visto.

Além dos problemas com o status imigratório, Renato tinha um agravante: acusação por dois crimes. Depois de se casarem, em 2007, Renato e Brooke entraram com o processo de pedido de Green Card dele. No momento da entrevista, o oficial de imigração informou que eles teriam que apresentar um waiver pelo formulário I-601 para livrá-lo dos antecedentes criminais e assim continuar com seu processo.

Segundo os advogados do Nogueira Morton, que foram contratados no final do processo, o advogado contratado anteriormente não os aconselhou devidamente sobre a documentação necessária para um I-601 e para livrá-lo das acusações do passado, e eles tiveram o Green Card negado.

Para agravar a situação, Renato foi preso e colocado em processo de remoção. A família de sua esposa acabou por pagar pela fiança e o caso foi transferido para a Corte de Imigração de Miami.

Os advogados do escritório Nogueira Morton informam que o caso não seria fácil, pois teriam que superar a negação do formuário I-601. O advogado Richard Alton, do Nogueira Morton, usou como novo argumento o fato de a esposa ter tido um diagnóstico de displasia cervical nível 2, que poderia ter virado um câncer, em 2008.

Alton apresentou a nova defesa, e, no final de 2011, Renato recebeu a aprovação do Green Card. Renato e Brooke terminam o ano de 2011 com o fim de três anos de aflição se conseguiriam permanecer juntos ou não.

2011 termina com um alívio, mas ainda na espera

Para Osilene Magalhães, terminar o ano com saúde é o primeiro que ela tem a agradecer. Ela passou por uma gravidez de risco, na qual passou muito mal, e sua filha, Giovana Lauren, nasceu prematura no dia 12, com 8 meses de gestação, mas as duas passam bem.

A gravidez foi somente uma das aflições pela qual Magalhães passou este ano. Em junho, seu marido, Genário Vitória, foi preso por ter uma ordem de deportação há sete anos, em Massachusetts.

Depois disso, Magalhães, que além de grávida, tem dois filhos deficientes contratou um advogado com a ajuda da comunidade brasileira. No final de julho, Vitória foi libertado e aguarda em liberdade, desde então, seu processo com a imigração. Ele utiliza uma tornozeleira.

O advogado do caso disse, meses atrás, que o processo deveria ter várias etapas. Segundo Magalhães, o principal argumento usado pelo advogado é o fato de eles terem duas crianças excepcionais e possivelmente uma terceira também com saúde frágil, depois de ter passado por uma gravidez complicada.

O “Gazeta News” tentou contactar o advogado de Vitória sem sucesso. Mas Magalhães contou que agora o que eles têm a fazer é começar 2012 esperando.