Terremoto na Indonésia já registra mais de 5.000 mortos.

Por Gazeta Admininstrator

Yogyakarta, Indonésia - Já ultrapassa 5.000 o número de mortos registrados após forte terremoto que há dois dias devastou a região central da ilha indonésia de Java.

De acordo com as últimas informações prestadas pelas equipes de resgate da cidade javanesa de Yogyakarta, o a cifra já chega a 5.135. Os locais mais atingidos são Bantul, com 3.082 mortos, e Klaten, com 1.672.

48 horas após o incidente, membros das equipes de resgate continuam em busca de sobreviventes presos entre os destroços. Mais de 2.000 feridos graves permanecem internados nos hospitais, onde começaram a chegar remédios e reforços médicos de vários pontos da ilha. Cerca de 500 pessoas estão trabalhando, entre integrantes do Exército, da Cruz Vermelha e voluntários", declarou Heri Nero, responsável por uma das equipes de resgate em Yogyakarta. As equipes também removeram os corpos das pessoas que não conseguiram sair a tempo de suas casas.

Problemas na distribuição

Os problemas de distribuição de ajuda e remédios foram nas últimas horas o principal obstáculo da operação humanitária, e nos bairros mais afastados de Yogyakarta a água potável e a comida começam a se tornar escassas.

O terremoto do sábado foi o 4º de maior poder destrutivo que a Indonésia sofreu nos últimos 17 meses, incluindo o tsunami de 26 de dezembro de 2004, que arrasou uma ampla região do sul e do sudeste da Ásia. A catástrofe de 2004 matou 230 mil pessoas, a maior parte delas em território indonésio.

Causas

As primeiras atividades do terremoto começaram em Mount Merapi, um dos vulcões mais ativos do mundo, e um geólogo avisou que o tremor poderia gerar uma intensa erupção.

O Serviço Geológico norte-americano registrou 6,2 graus na escala Richter às 5h54 da manhã locais, com epicentro na cidade de Yogyakarta, onde a maioria das pessoas estava dormindo, o que causou prejuízos ainda maiores.

Ajuda de outros países

Os Estados Unidos ofereceram US$ 2,5 milhões, unindo-se assim ao Canadá, que colaborou com US$ 1,8 milhão, e com a China, que enviou US$ 2 milhões.

A Comissão Européia (CE, órgão executivo da UE) aprovou uma verba de 3 milhões de euros de ajuda urgente, destinada às áreas sanitária, de alojamento e logística. Além do dinheiro, a Comissão vai enviar dois analistas de mecanismos de proteção civil da UE à Indonésia.

O comissário europeu para o Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, Louis Michel, ressaltou a importância de proporcionar ajuda o mais rápido possível através das agências da Comissão que trabalham no local.

Os fundos, administrados pelo Escritório de Ajuda Humanitária da Comissão Européia (Echo), serão distribuídos entre diversos parceiros, entre eles a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

A ONU enviou uma equipe à cidade de Bantul para avaliar os danos causados pelo terremoto e prestar ajuda ao país. Essa equipe é liderada pelo Programa Mundial de Alimentos. A comitiva também terá pessoal do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), do Fundo para a Infância (Unicef), do Programa para o Desenvolvimento (Pnud), do Fundo para a População (Unfpa) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), além de diferentes ONGs. Para Puji Pujiono, responsável pela resposta de emergência regional das Nações Unidas, "as próximas horas serão um pesadelo logístico."

Além da distribuição de alimento, água potável e tendas de campanha, o responsável pela resposta de emergência regional das Nações Unidas, Puji Pujiono, destacou também a necessidade de envio de remédios e de médicos. Também são necessários soros, antibióticos, anestesia, materiais cirúrgicos, analgésicos e gaze. "Necessitamos de quase tudo. Não temos madeiras nem para fazer talas, e estamos utilizando papelões", ressaltou um dos médicos de emergência, Gunawan, enquanto atendia uma paciente idosa com uma fratura no tornozelo.