A tempestade tropical Erin chegou ao Estado americano do Texas na manhã desta quinta-feira, 16, e provocou fortes chuvas no litoral do Golfo do México, apesar de ter sido rebaixada a depressão tropical. A tempestade tocou o solo americano depois de entrar pela Baía de Copano, 40 quilômetros a nordeste de Corpus Christi.
Enquanto isso, no Atlântico central, próximo ao Caribe, o "Dean" se intensificou e já é considerado um furacão, com ventos de velocidade superior a 119 km/h, isto é, de categoria 1.
O governador do Texas, Rick Perry, declarou na quarta-feira o estado de emergência devido ao avanço da tempestade sobre a região, que nas últimas semanas sofreu um dos verões mais chuvosos de sua história.
Apesar de a velocidade dos ventos ter caído para 56 km/h, a previsão é de que as precipitações alcancem entre 75 e 150 milímetros no centro e no sul do Texas. Para algumas áreas, a previsão é de 254 milímetros de chuva.
"Como as chuvas saturaram grande parte do estado este verão, muitas comunidades na trajetória da tempestade correm grave perigo de inundações", disse Perry.
Após declarar o estado de emergência, o governador ordenou o deslocamento de carros e soldados, incluindo tropas da Guarda Nacional, às localidades mais expostas, como Harlingen e Corpus Christi. O anúncio foi feito enquanto as primeiras chuvas atingiam o litoral e a população começava a fazer provisões de alimentos e combustíveis.
A empresa petrolífera Shell Oil retirou quase 200 funcionários das plataformas de prospecção no Golfo do México.
A tempestade "Erin" se formou na terça-feira, como a quinta depressão da temporada de furacões do Atlântico, e foi elevada nesta quinta-feira à categoria de tempestade tropical, quando seus ventos superaram os 65 km/h.
À meia noite, a tempestade se encontrava cerca de 200 quilômetros a sudeste de Corpus Christi e 320 quilômetros a sudoeste de Galveston, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC), em Miami, na Flórida. O fenômeno se desloca a uma velocidade de 20 km/h.
Furacão
O furacão "Dean", que ainda deve atingir as Antilhas Menores até sexta-feira, 17, ainda pode se transformar em um ciclone. Neste caso, será emitido um alerta de furacão para as Antilhas. "Dean" afetaria regiões de Porto Rico, República Dominicana, Haiti, Jamaica e Cuba em até cinco dias, segundo as projeções do computador do NHC.
Os meteorologistas consideram que é provável que quando "Dean" se transforme em furacão e desemboque nas águas quentes do mar Caribenho - um fator que serve de "combustível" para os ciclones -, alcance a categoria três, uma das maiores na escala Saffir-Simpson, que mede a intensidade deste fenômeno climático e cujo limite é cinco.
A tempestade "Dean" estava às 18h (em Brasília) a quase 1.465 quilômetros ao leste das Antilhas Menores. "Dean" se desloca rumo ao oeste-noroeste, com aproximadamente 35 km/h e deve manter esse caminho nas próximas 24 horas. Os ventos com força de tempestade tropical se estendem a 110 quilômetros do centro.
Nesta temporada, que começou em 1º de junho e termina em 30 de novembro, já foram formadas quatro tempestades tropicais, "Andrea", "Barry", "Chantal" e "Dean".
Em sua nova previsão de agosto, William Gray, professor de Ciências Atmosféricas da Universidade do Colorado (EUA), afirmou que devem ser formadas 15 tempestades e oito ciclones, dos quais quatro podem ser intensos.
Meteorologistas da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA, com sede em Washington, prevêem a formação de entre sete e nove furacões, dos quais de três a cinco podem dar origem a ciclones de grande intensidade (categoria 3, 4 ou 5, na escala de Saffir-Simpson).
A temporada de furacões na bacia atlântica, que entre agosto e outubro registra sua fase mais intensa, terá uma atividade ciclônica superior à normal, mas não será "hiperativa" como em 1995, 2004 e 2005.

