"Text and Drive": Vamos fazer um pacto? - Editorial

Por Marisa Arruda Barbosa

Esta semana, a morte de uma jovem brasileira de 16 anos causou um grande impacto na comunidade brasileira.

A cada nova notícia que postamos sobre o acidente ocorrido no dia 20 e a possível informação de que Gabriella Heiderick estaria mandando mensagem no celular, o que mais vimos foram pessoas marcando umas às outras.

Eu mesma quase marquei pessoas que sempre pego no pé para pararem de mandar mensagem ao dirigir.

Mas, seria hipocrisia dizer que eu nunca olho o telefone ao dirigir.

Segundo um advogado que conversamos, nos últimos cinco anos houve um aumento considerável em acidentes envolvendo o uso de telefone celular. A tentação é grande, constante e diária. Só o fato de olhar uma mensagem chegando em um mísero segundo pode colocar o motorista em perigo, perdendo um sinal ou mesmo uma freada.

Segundo estatísticas apresentadas pela campanha “Don’t Text and Drive”, ao enviar mensagens de texto e dirigir, as chances de um acidente aumentam 23 vezes, o que se tornou a maior distração na direção para a maioria dos motoristas.

Um estudo perguntou a mil motoristas e descobriu que 98% deles que mandam mensagem de texto todos os dias e dirigem, dizem frequentemente que sabem que a prática é perigosa. Mesmo assim, 75% deles dizem que o fazem.

Como disse o Pastor Silair Almeida, da Primeira Igreja Batista da Flórida, é perigoso colocarmos os jovens como os que enviam mensagens de texto.

“Um dia falei para meu filho: ‘Filho, queria pedir que você me prometesse que não vai mandar mensagem de texto ao dirigir’. E ele respondeu: ‘Pai, eu só paro se você me prometer que fará o mesmo’”, relatou Silar. “Não tive escolha. Fizemos essa promessa um para o outro. O importante não só é dar a mensagem aos jovens, mas se conscientizar de que o exemplo sempre começa em casa”.

Ou seja, estamos nos deparando com uma situação que não é de poucos. Não estamos falando dos que bebem e dirigem, nem dos que correm e apostam corrida. Estamos falando de um “ato estúpido”, uma compulsão que todos nós cometemos sabendo que não devemos. Temos que saber que somos parte do problema e não que estamos isentos.

Vamos fazer a mesma promessa que o Pastor Silair fez com o filho? Vamos parar de mandar mensagem, ouvir, olhar o celular ao dirigir? Essa é a melhor forma de diminuir tragédias.