Thanksgiving se fundamenta na história da imigração

Por Gazeta News

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Podemos perguntar a qualquer historiador e iremos ouvir a história de 1621, de quando duas culturas colocaram de lado suas diferenças e dividiram, juntas, um pedaço de pão, celebrando a irmandade, tolerância e respeito. E enquanto essa versão dos eventos representa adequadamente aquele jantar histórico, em algum lugar ao longo dos últimos 400 anos, parece que perdemos o espírito de generosidade e apoio mútuo que se mostrou tão importante para o desenvolvimento de uma comunidade diversificada. Em 1620, os colonos encontravam-se mal preparados para o inverno rigoroso no Novo Mundo.

Foi graças à bondade dos índios Wampanoags, que lhes ensinou a cultivar variedades de milho, abóbora e feijão, que eles sobreviveram ao inverno. Em resposta à sua bondade, o governador de Plymouth Colony, William Bradford, convidou os Wampanoag para compartilhar a abundância daquela colheita.

Conforme o jantar do Thanksgiving foi ficando mais elaborado, o que mais se perdeu foi a essência dele e a conexão com a imigração contemporânea. Algo que nunca mudou foi que a imigração se tornou parte importante da história dos Estados Unidos. Muitos imigrantes que acabaram de chegar nunca ouviram falar do Thanksgiving. Mas eles rapidamente aprendem a importância desse feriado e o quanto é importante adotar essa tradição de compartilhar a abundância.

A imigração é a faísca que constuiu os EUA, mas terminamos mais um ano sem ver nenhum progresso – na verdade retrogração – em relação à reforma. Não é à toa que o Thanksgiving se tornou o feriado mais importante no país, porque tem como essência o que a América mais preza, que é compartilhar a abundância pela irmandade.

Cada nação soberana quer controlar as suas fronteiras. Essa questão é algo que todos concordam, mas muitas vezes entra no centro de um debate para expressar, na verdade, a frustração sobre a política externa.

Os Estados Unidos lida continuamente com novas ondas de imigrantes, muitos deles procurando alívio da guerra, perseguição, repressão política, gangues de brutalidade sem precedentes e daqueles que lutam para impor suas próprias crenças. Isso não irá mudar. O que é preciso definir é a forma como o país responde e vai de acordo com o espírito do Thanksgiving. Com trechos da carta de Nasser J. Kazeminy, publicada no jornal “Sun Sentinel”.