Tony Blair renuncia

Por Gazeta Admininstrator

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, disse que no dia 27 de junho deixará o seu cargo.

Em discurso em seu reduto eleitoral, no condado de Sedgefield, onde foi recebido por partidários em uma atmosfera de festa, Blair falou sobre os dez anos em que esteve no poder: "Fiz o que achava que era certo para o país".

"Acho que foi longo suficiente para mim, mas, mais especificamente, para o país", disse, arrancando risadas da platéia. "Tive muita sorte e fui abençoado."

"Em 1997 as expectativas eram altas, talvez altas demais", disse ao fazer um balanço dos seus três mandatos. "Agora há mais empregos, melhor saúde e educação, menos crimes."

Nas palavras de Blair, a Grã-Bretanha é agora "um confortável país no século 21, orgulhoso de seu passado e confiante em seu futuro".

"Esta é a melhor nação da Terra", disse o premiê.

Blair reconheceu que suas decisões foram muitas vezes polêmicas, como a intervenção no conflito em Serra Leoa, mas afirmou: "Há obviamente críticas a serem feitas sobre o meu governo e cabe a vocês, a população, fazê-las".

O primeiro-ministro defendeu ainda a aliança com os Estados Unidos, após os ataques de 11 de setembro de 2001 seguidos pelas invasões do Afeganistão e do Iraque.

"Os terroristas nunca desistiriam", destacou. "Não podemos falhar."

O primeiro-ministro terminou o discurso desejando sorte aos britânicos.

Blair deve ficar no cargo por mais seis ou sete semanas enquanto o Partido Trabalhista elege o novo líder da legenda.

Tony Blair foi um dos primeiros-ministros britânicos mais populares no país.

Entre 1994 e 2002, o premiê gozava de uma popularidade nunca antes registrada por seus antecessores.

Popularidade que começou a ruir, contudo, após a guerra no Iraque – conflito que estará sempre associado ao seu nome.

Sob seu governo, a economia do país cresceu constantemente, registrando baixos níveis de inflação, taxas de juros e desemprego – legado, no entanto, do seu ministro da Economia, Gordon Brown, que sempre fez questão de manter sua independência na pasta.

O premiê deixará para trás serviços públicos com altos níveis de investimento para padrões internacionais, mas sem um alto nível de serviço. Um problema para o seu sucessor.

Seu esforço para a conclusão do processo de paz na Irlanda do Norte, firmado no Acordo de Sexta-Feira Santa, de 1998, deverá ser lembrado como uma de suas conquistas.