Trabalhadores brasileiros são atingidos pelo aumento de roubos em Newark

Por Gazeta Admininstrator

Dois brasileiros entregadores de lanche em Newark (NJ) foram assaltados durante o expediente e um deles chegou a ser agredido. Eduardo Soares, que faz entregas há cinco anos, contou que já foi assaltado três vezes, à noite. Segundo ele, os marginais estão sempre escondidos ou dentro de um carro. “Olham a placa de delivery, nos abordam com uma arma e pedem dinheiro”, disse ele, que já teve uma arma apontada para a cabeça e outra para o tórax. As informações são do Comunidade News.

O brasileiro, que nunca teve os documentos roubados, falou que já teve vontade de reagir e está se sentindo desprotegido. “Quando a gente é assaltado nunca acha polícia rodando na rua”. Em uma das vezes em que foi assaltado, Eduardo foi até a delegacia, onde segundo ele, ficou durante toda a madrugada olhando fotos, a fim de reconhecer os assaltantes.

De acordo com Eduardo, os assaltantes usavam uma touca ou um capuz, e ainda pediram para não olhar seus rostos, dificultando assim um eventual reconhecimento. “E não dá em nada, eles só botam na estatística.

Geralmente ninguém é preso”. O brasileiro não foi ferido em nenhum dos três assaltos, e pensa em mudar de trabalho por conta do medo. “A gente tem família, filho, de repente toma um tiro por causa de $100, $150”.

Agora, Eduardo procura observar o movimento da rua, as pessoas e se não há carros parados com alguém dentro. De acordo com ele, entregadores brasileiros de outros restaurantes já foram assaltados pelo menos uma vez.

Natural de Vitória (ES), Eduardo morou no Rio de Janeiro. Nos dois locais, nunca foi assaltado.

Apesar disso, ele não se decepciona com Newark. “Queria que melhorasse um pouquinho mais”, disse o brasileiro, que está no país há 7 anos.

Sem hora marcada
para o crime

A outra vítima foi Miranda Rezende. Colega de trabalho de Eduardo, ele faz entregas há seis anos. Ele teve o dinheiro roubado e foi ferido na perna e no rosto. “Bateram bastante em mim”, afirmou ele, que não precisou de hospitalização. O assalto ocorreu no início deste ano, durante o dia, e foi efetuado por três indivíduos.

Miranda foi até a delegacia. Assim como Eduardo, não conseguiu fazer o reconhecimento através das fotos. Atualmente o brasileiro trabalha somente até às 6 da tarde. “Hoje estou mais protegido”. Ele sente pelos colegas que trabalham à noite, mas afirma que não existe mais horário para o crime. “Aqui em Newark não tem mais horário, noite ou dia. O assalto fica correndo solto”.

Morando nos Estados Unidos há 12 anos, o brasileiro não pensa por enquanto em trocar de trabalho. Ele está assustado com a violência, mas não pensa em sair de Newark. “Aqui todo o mundo trabalha com medo”. Miranda afirmou que nem todas as áreas da cidade estão policiadas. Ele disse ainda que nem ele nem Eduardo viram uma violência tão grande quanto nos últimos tempos.
O Comunidade News tentou por várias vezes falar com o porta-voz da polícia de Newark, a fim de confirmar a informação de que há menos policiais nas ruas, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Uma matéria publicada no “New York Times”, em 1° de dezembro de 2010, mostra que o prefeito de Newark, Cory Booker, anunciou a demissão de 13% da força policial. Em novembro do mesmo ano o departamento de polícia da cidade suspendeu a chamada Operação Impacto, destinada a mandar policiais para áreas com altas taxas criminais.

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