Tradicional esporte entre os americanos, golfe ganha adeptos brasileiros

Por Simone Raguzo

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Um esporte tradicionalmente adotado pelos americanos, o golfe tem conquistado também brasileiros. E os novos golfistas não têm a atividade apenas como uma forma de lazer, alguns têm se tornado profissionais e disputado importantes campeonatos. É o caso do curitibano Daniel Bochnia Stapff, 22 anos.

Em 2008, ele deixou o Brasil e mudou-se para o sul da Flórida, para estudar na Barry University, em Miami. Estudar nos Estados Unidos não foi o único atrativo para o jovem. O golfe, que já fazia parte da sua vida desde a infância, foi um fator determinante.

“Desde pequeno eu jogo golfe e sempre sonhei em ser profissional. A minha ideia era de terminar a faculdade, conseguir um diploma e, então, entrar na carreira do golfe profissional. Como no Brasil seria impossível fazer faculdade e continuar treinando firme para chegar a um nível alto no golfe, decidi estudar nos EUA, onde o esporte é muito forte, a competição é enorme, e ainda existe o circuito universitário (NCAA)”, conta.

Como já tinha um bom nível de conhecimento dentro do esporte, não foi difícil para o brasileiro conseguir uma bolsa de estudos na própria universidade, durante os quatro anos em que passou em Miami. “Claro, foi outro bom motivo para morar e estudar em Miami”, lembra.

Formado recentemente em Finanças e de volta a Curitiba, o golfista profissional - membro do PGA Tour Latinoamérica – tem o esporte como sua profissão, para o qual ele se dedica 100%. Stapff leva no currículo importantes títulos já conquistados.

Pelo Brasil, foi campeão Brasileiro de Golfe Amador (categoria que engloba todas as idades e níveis); vice-campeão Sulamericano de Match Play (uma modalidade específica do golfe); duas vezes vice-campeão por equipes Sulamericano (2009 e 2010); e uma vez campeão Sulamericano por equipes representando o Brasil, em 2011, um título que o país não conquistava desde 2002. Pela Barry University, ganhou 14 títulos por equipe no Circuito Universitário Americano e quatro títulos individuais em campeonatos universitários, um recorde de vitórias individuais da história da universidade.

Em 2011, Stapff foi escolhido “Player of the Year”, pela Sunshine State Conference, que engloba as universidades da Flórida. Como profissional, até o momento, jogou três torneios, dos quais venceu um: o Q-School do PGA Tour Latinoamérica, disputado em Buenos Aires, Argentina, em julho.

A dedicação do curitibano, quando tem uma competição pela frente, é total. Ele encara uma rotina de treinos de terça-feira a domingo. Nos dias de semana, pratica golfe das 8:30am às 5pm, e faz preparação física das 5:30pm às 7pm. Nos finais de semana, treina por volta de cinco horas em horários variados, mais uma hora de preparação física. Às segundas-feiras, quando o clube onde treina é fechado, tem sessão com psicólogo esportivo e aproveita o dia para relaxar.

O início “Começei a jogar golfe quando tinha 11 anos. Ninguém na minha família jogava até então. Foi quando eu e meu pai começamos a jogar por acaso, em um hotel onde estávamos passando as férias”, conta.

Mesmo já jogando golfe em um nível competitivo, participando de competições internacionais e representando o Brasil em diversos torneios, ao chegar aos EUA, onde há campos de golfe por ‘todos os lados’, foi a oportunidade de Stapff se aprofundar ainda mais no esporte.

Receita “O principal para ser um grande jogador de golfe é ter paciência. Esse esporte é muito ingrato e te passa rasteiras várias vezes, acabando com a sua confiança de uma hora para outra. Com isso, se a pessoa não é paciente e não tem muita persistência, dificilmente irá ter sucesso”, aconselha.

“Também acredito que para chegar ao nível mais alto do esporte, o jogador precisa de uma equipe que o apoie em todos os momentos, bons e ruins, e uma família muito bem estruturada e que acredita em seu potencial”, completa o golfista, que planeja, a longo prazo, tornar-se um profissional de golfe de sucesso.

“Quero me tornar membro do PGA Tour americano, ser o brasileiro mais bem colocado no ranking mundial de golfe. Também ser o primeiro brasileiro a vencer no PGA Tour e representar o Brasil nas Olimpíadas do Rio em 2016, quando o golfe volta a ser esporte olímpico depois de 112 anos fora dos jogos”, planeja.

Uma pequena grande golfista E o golfe não se resume aos homens. A pequena Gabrielle Xavier Soares iniciou no golfe com apenas cinco anos anos e, hoje, aos 12, já acumula experiências em mais de 130 torneios locais, regionais e internacionais, incluindo o World Championship de Pinehurst da US Kids.

Em agosto desse ano, em West Palm Beach, na última etapa do torneio US Kids Golf, no famoso The Breakers Ocean Course, Gabi consagrou-se campeã, levando o título de 2012 U.S. Kids Golf West Palm Beach Player of The Year.

Para a temporada 2012-2013, a pequena golfista está iniciando um programa de treinamento, orientada por Hank Haney - IJGA Head Pro Matt Fields. A programação, que iniciou em agosto, inclui availações de swing, putting e condicionamento físico na sede da academia, na Carolina do Sul.

A cada ano, Gabrielle acumula mais experiências e melhor posição no ranking das melhores do mundo. Na Flórida, Gabi está entre as tops da categoria.