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Traficante brasileiro obteve Green Card por casamento falso e foi limpador de piscina em Miami
Frederik Barbieri, o maior contrabandista brasileiro dos últimos tempos detido em Miami, veio para a Flórida no ano 2000 e como qualquer imigrante recém-chegado, trabalhou como limpador de piscina. Para se legalizar, casou-se em 2006 com uma cubana naturalizada americana para conseguir o Green Card e dois anos depois se separou, segundo informações da polícia e do G1. De acordo com levantamento do Ministério Público Federal, foram quase 1,2 mil fuzis e pelo menos 300 mil munições enviados em pelo menos 75 remessas entre 2014 e 2017 a traficantes das favelas dos Rio de Janeiro por Frederik Barbieri – o maior contrabandista de armas dos últimos tempos do Brasil. Preso no mês passado em Fort Pierce (FL), Barbieri aguarda detido na prisão em Miami com fiança estipulada em $1,5 milhões. De carros usados, o brasileiro passou a ser visto comuma pequena coleção de carrões, que incluía um Audi Q7 e uma Land Rover, segundo informou amigos ao G1. Uma das principais testemunhas do processo que corre na 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro fez acordo de delação premiada com o Ministério Público e revelou detalhes da vida pessoal de Barbieri, como funcionava o esquema de envio de armas para as favelas do Rio e que, mesmo com mandado de prisão em aberto no Brasil, ele desembarcava tranquilamente para checar o recebimento e distribuição da carga em solo brasileiro. Da Flórida, ele mandava também computadores e videogames; além de aquecedores de piscina e outras máquinas – tudo pela empresa de exportação que abriu para “mascarar” o envio das armas. Foi através da NB Enterprises, empresa com sede em Davie, que ele embarcou duas cargas de oito aquecedores de piscina em maio de 2017 e que foi apreendida no Galeão. Esposa cúmplice A esposa de Barbieri, Ana Cláudia Santos Barbieri, se tornaria mais do que simplesmente "a mulher de Fred". Ela era sócia nas empresas e cúmplice da empreitada criminosa, segundo os delatores. Ana Cláudia chegava a ajudar o marido na montagem dos aquecedores de piscina recheados com fuzis e munições. No Brasil, assim como o marido, ela é considerada foragida e está com a prisão decretada. Depois da prisão de Barbieri, ela continua com a filha do casal, de 7 anos, na casa em Fort Pierce. Empresa no Rio e na Flórida A investigação da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) descobriu o pagamento de $20 mil pelo falso casamento para obter o green card. O delegado Maurício Mendonça, que comandou a operação e começou a desarticular toda a quadrilha de Fred, no ano passado, afirmou que ele desfez o casamento assim que conseguiu a residência, em 2008, e já operava empresas no Rio e na Flórida. Em 2006, Barbieri se tornou proprietário da ZPA Importações e Exportações no Rio de Janeiro. Em 2007, foi a vez de abrir a empresa na Flórida, a FKBar Limited Liability Company, registrada com o endereço de um condomínio de classe média em Port Saint Lucie. O esquema do contrabando era enviado também pelo Porto de Everglades, em Fort Lauderdale. Fred fazia muitos negócios com outras empresas brasileiras e mantinha “escondido” o envio ilegal de armas porque enviava outros materiais como qualquer empresa de exportação faz. Leia também Polícia Civil do Rio pode usar fuzis enviados de Miami pelo “Senhor das Armas” Justiça de Miami estipula fiança de $1,5 mi para brasileiro traficante de armas
