Tráfico Humano - a violência que acontece diariamente ao nosso lado

Por Arlaine Castro

trafico humano
Da menina forçada à prostituição em uma parada de caminhões, ao homem descoberto em uma cozinha de restaurante, despido de seu passaporte e segurado contra sua vontade. “Todas as vítimas do tráfico compartilham uma experiência essencial: a perda da liberdade”, define a Polaris Project- uma organização que luta em prol do fim desse tipo de violência no mundo. Todos os dias crianças, adolescentes, jovens, adultos e até idosos desaparecem. Quando o motivo do sumiço não envolve algum tipo de violência como sequestro, morte ou tráfico humano, e a pessoa reaparece sã e salva, tudo bem. Mas quando isso não acontece, é preocupante. E é muito provável que esteja acontecendo bem próximo de onde você mora, não importa o local. “O tráfico humano é uma forma de escravidão moderna - uma indústria criminosa multibilionária que nega liberdade a 24,9 milhões de pessoas em todo o mundo”, define a Polaris Project. Segundo as estimativas globais das Organizações das Nações Unidas, mais de 2 milhões de pessoas são vítimas de tráfico humano a cada ano. Cerca de 21 milhões de pessoas são vítimas de tráfico atualmente no mundo, segundo o Parlamento Europeu. Além disso, avalia-se que o tráfico de seres humanos - com fins de exploração sexual, trabalho forçado ou outras atividades – movimente cerca 117 bilhões de euros por ano. A Polaris existe há 16 anos e é líder na luta global para erradicar a escravidão moderna e interrompe sistematicamente as redes de tráfico humano por meio de investigação de conjuntos de dados públicos sobre o tráfico de pessoas nos Estados Unidos. “Nosso modelo abrangente coloca as vítimas no centro do que fazemos - ajudando os sobreviventes a restaurar sua liberdade, evitando mais vítimas e aproveitando dados e tecnologia para perseguir os traficantes onde quer que eles operem”, explica. De atendimento a vítimas e sobreviventes através da Linha de Assistência Nacional ao Tráfico Humano, 24 horas por dia, 7 dias por semana, à busca e coordenação com parceiros de referência em todo o país como um ponto de acesso nacional, eles buscam apoio para pessoas que passaram pela experiência. No entanto, o objetivo primordial, como descreve a organização, além de apoio às vítimas, é aprender como o negócio do tráfico humano realmente funciona, em tempo real, para poder combate-lo de forma efetiva. O tráfico humano está aumentando nos Estados Unidos e a Flórida está entre os três estados com maior número de casos. Lugares que atraem muitas pessoas jovens, com grande quantidade de migração e altos índices de dependência química, acabam sendo suscetíveis ao tráfico humano. Esse aumento de 13% em casos de tráfico humano de 2016 para 2017, com a maioria das vítimas sendo mulheres e latinos em geral, demonstra o lado do perigo que envolve a migração de pessoas. Para ajudar no combate ao tráfico humano pelo mundo, a Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência das Nações Unidas, mantém uma plataforma colaborativa e gratuita com informações úteis e já recebeu mais de 80 mil contribuições. Porque sabemos, sem o combate, o tráfico humano continuará fazendo mais vítimas. Referência: Polaris Project.