Tragédias das chuvas de verão no Brasil - Pense Green

Por Fernando Rebouças

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Perante as perdas e danos ocorridos depois das chuvas de verão em diversas cidades do Brasil, a sociedade e o governo sempre analisam os erros que não foram corrigidos anteriormente, a falta de um programa habitacional mais avançado, de monitoramento ambiental e de prevenção que proteja a população de perdas materiais e familiares irreparáveis.

Além da ausência de um planejamento sobre a infraestrutura de rios, terrenos e construções irregulares, depois de uma tragédia nem sempre as verbas emergenciais liberadas sem licitação para os municípios atingidos chegam à população e às áreas mais atingidas. Boa parte das verbas, considerando as denúncias relatadas na imprensa e nas instituições jurídica do Brasil, ficam represadas nas mãos de empresas contratadas sob favorecimento político e compartilhadas com autoridades corruptas.

Porém, apesar da falta de ética e planejamento para a prevenção e socorro às tragédias de causa torrencial, há segmentos do estado e da sociedade que realizam trabalhos permanentes para a proteção do cidadão comum. Em diversos estados do Brasil, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil promovem um trabalho de informação e de educação por meio de veículos de comunicação junto às populações residentes em áreas de risco e próximas de leito de rios.

Em algumas cidades do Brasil, como em Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro, já há um sistema de alarme, mas grande parte da população atingida pelas tragédias de 2011 ainda reclamam ajuda para reconstruir suas casas e reencontrar parentes e amigos desaparecidos.

Retornando ao trabalho educativo, a distribuição de cartilhas e folder de conscientização são distribuídos em conjunto com as COMDECs (Coordenadorias municipais de Defesa Civil). As autoridades já compreendem que investir em prevenção às tragédias das chuvas é melhor do que reconstruir, porém, o sistema de monitoramente e alarme de riscos ainda está em processo de implementação em diversas cidades do país, e muitas vezes, a população de um determinado município se sente desorientada pelo poder público.

Em Brasília, a Comissão Especial de Medidas Preventivas e Saneadoras de Catástrofes Climáticas da Câmara dos Deputados concluiu um relatório sobre o histórico de tragédias naturais no Brasil, o documento considera os anos de 2000 a 2010, nesse período o governo pouco realizou para evitar as tragédias. Nesse período, em números não exatos, cerca de 2.000 pessoas morreram em acidentes climáticos. No ano de 2010, considerando dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil, foram registradas ocorrências em 883 municípios. Os estados mais atingidos foram Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Piauí, Bahia e Rio Grande do Sul.