Transplantes: China vai parar de usar órgãos de presos executados

Por Gazeta News

Policemen guard prisoners at a detention facility in Liu'an in east China's Anhui province

A China vai parar de usar órgãos de prisioneiros executados em transplantes no país, em consequência da implantação de um novo programa de doação de órgãos pelo sistema de Saúde.

A informação foi dada por um especialista do governo, de acordo com o jornal “O Globo”.

Em entrevista à edição de novembro do jornal da Organização Mundial de Saúde, o “ Bulletin”, Wang Haibo disse que as autoridades chinesas reconheceram que o método que utiliza os restos mortais dos presos “não é ético e nem sustentável”.

A mudança começará a valer no início do ano que vem e será administrada pelo braço da Cruz Vermelha na China, que administrou por dois anos o novo sistema de doações em 16 regiões do país. No começo de 2013, a programa será estendido para todo o território chinês.

“Agora há um consenso na comunidade de transplantes da China que o novo sistema irá dar fim à dependência de órgãos de condenados executados. A implementação do novo programa nacional começará no início do ano que vem e o mais rápido possível. Isso também marcará o início da eliminação progressiva da antiga prática:, disse o especialista.

Críticas

O sistema de transplante de órgãos na China era duramente criticado por instituições internacionais como ineficiente, com fins lucrativos e antiético, pois supostamente não respeitava a vontade, a religião e nem as crenças culturais dos condenados.

O governo argumentava que os direitos dos executados eram totalmente respeitados e, no caso daqueles que doam órgãos, era necessária uma autorização por escrito. No entanto, ativistas denunciavam que havia muita corrupção no processo e que muitos hospitais ignoravam os procedimentos legais para lucrar com o mercado negro.

Com a entrada do novo sistema, a Cruz Vermelha se tornará responsável por encorajar a doação, recebendo o registro dos doadores, mantendo um banco de dados e iniciando um fundo de verbas para dar assistência financeira às famílias dos doadores - além de supervisionar a distribuição de órgãos.