Transtorno Alimentar Infantil

Por Ivani Manzo

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A alimentação das crianças sempre foi alvo de preocupação dos pais atentos. Mas o rumo da preocupação está mudando. Não era incomum os pais reclamarem que seus filhos eram difíceis de comer qualquer coisa, que não aceitavam alguns alimentos. Acreditem isso é normal porque o paladar muda com o avanço da idade. Assim, os pais desejavam que seus filhos gostassem dos mesmos alimentos que eles e isso não acontecia. Os danos não eram grandes. Porém, atualmente os transtornos alimentares entre as crianças são mais sérios e estão causando danos nos pequenos. Tentando não repetir o óbvio, diria que as redes sociais têm grande parcela de culpa, mas não apenas isso. O comportamento dos pais e familiares têm contribuído muito para esse problema. Pense bem, quantas vezes foi repetido na frente das crianças frases como: “não posso comer isso porque estou de dieta” ou “esse alimento engorda”, ou “estou ficando muito gorda” ou “minha barriga está crescendo muito”. A criança capta todas essas mensagens e começa a agir de acordo com o que ouve dos pais e assume ser o certo. Parece que esse transtorno é na verdade dos adultos e que os pequenos estão sendo contaminados. Ao mesmo tempo frases antigas como: “na hora da refeição não se discute” “coma devagar”, “mastigue os alimentos”, “experimente primeiro e depois você diz se não gostou” sumiram do dia a dia das crianças. A atitude dos pais e familiares é decisiva para trazer o transtorno e também para acabar com ele. O tratamento deve começas nos adultos, não apenas fazendo as pazes com os alimentos e buscando um equilíbrio nutricional, como também mudando o comportamento e as falas diante das crianças. Não é porque a fala não é direcionada a elas, que as crianças estarão imunes. É preciso cuidado e atenção em tudo que se faz com as crianças por perto. Não é justo que elas sofram os problemas que os adultos inventaram, não é justo que sejam submetidas ao padrão de beleza magro ou também que sejam adeptas da aceitação do corpo obeso negando a presença de doenças associadas. Não é raro encontrarmos crianças diabéticas, hipertensas e com colesterol elevado por sedentarismo e alimentação errada. A responsabilidade é totalmente dos adultos. O equilíbrio no ambiente familiar e escolar pode ser encontrado se os adultos se equilibrarem antes.