Trotes contra a polícia com o uso de aplicativos estão aumentando, diz o FBI

Por Gazeta News

trote SWAT

A tendência tem aumentado desde 2008: alguém liga para o serviço de emergência 911 histérico, diz que há uma pessoa armada em uma casa ou escola, e faz com que policiais e mesmo o SWAT Team corram para o local do suposto incidente. Acontece que quando chegam ao local, descobrem que a ligação não passava de uma brincadeira de mau gosto, diz o FBI.

Casos como esses acontecem em todo o país e o FBI alerta que isso coloca a vida de pessoas inocentes em risco e custa milhares de dólares aos contribuintes.

“Você está ligando para que as pessoas venham trabalhar, tendo que pagar hora extra e arcar com os custos de trazer equipamento especializado para situações de emergência”, disse o tenente da polícia de Oviedo, Mike Beavers, uma das muitas cidades da Flórida que foram afetadas por esses tipos de trotes chamados de “swatting” em 2014.

Um trote em que um menino dizia que tinha acabado de atirar em sua mãe com uma AR-15 fez com que 30 policiais comparecessem em uma casa em que duas pessoas dormiam em Oviedo, em agosto.

“Se alguém dentro da casa fizesse qualquer movimento que fizesse com que o policial suspeitasse que estava pegando uma arma ou algo do tipo poderia fazer com que ele tivesse uma reação mortal, atirando em um inocente”, disse Beavers.

De acordo com o porta-voz do FBI, que ajuda a polícia local em investigações sobre esses trotes, não há estatísticas sobre o número de casos. Na última semana, oficiais do condado de Polk ligaram três trotes a um adolescente canadense.

O caso de Oviedo permanece sem suspeitos. Às 4am do dia 4 de agosto um jovem ligou para o 911 dizendo que havia atirado em sua mãe. A pessoa que ligou usou um aplicativo de smartphone ou tablete e, por isso, policiais não conseguem rastrear o telefonema.

“Desde que existe telefone existem trotes contra a polícia”, disse Beavers. “Hoje em dia, dependendo de seu conhecimento sobre a Internet e telefones celular, pode ficar bem difícil para rastrear esse tipo de ligação”.

Em maio, o FBI anunciou a prisão de um jovem canadense em ligação com vários casos, incluindo escolas em Orlando, Melbourne e Tampa. Ele recebeu 60 acusações por crimes, incluindo ameaças de morte, uso de informações falsas com a intenção de causar alarme, entre outros.

Ameaças em redes sociais

As redes sociais também têm sido alvos de preocupações das agências de segurança, a exemplo do homem armado que publicou no Instagram antes de matar dois policias de Nova York no final de dezembro.

A polícia precisa de mais análise de dados e de programas modernos de vasculhamento para monitorar sites de redes sociais como Facebook e Twitter, assim como de pessoal com treinamento para avaliar um dilúvio de informações, disseram agentes de segurança e especialistas na área.

"Você pode comprar toda a tecnologia que quiser, mas se você quiser descobrir coisas inteligentes, melhor é ter pessoas inteligentes capazes de usá-la", disse Christopher Ahlberg, cofundador da Recorded Future Inc, que ajuda clientes a analisarem publicações nas redes sociais. A empresa tem o apoio da In-Q-Tel, uma companhia de capital de risco que atende agências de inteligência dos EUA.