Trump assina decreto para construção de muro na fronteira com México

Por Daniel Galvão

Trump assina construcao do muro AP
[caption id="attachment_135965" align="alignleft" width="300"] Trump assinou o decreto na manhã desta quarta, 25, no Departamento de Cidadania e Segurança. Foto: AP Pablo Martinez Monsivais.[/caption]

O presidente Donald Trump assinou nesta quarta-feira, 25, o decreto determinando a construção de um muro na fronteira com o México.

Segundo o presidente, o planejamento da construção começa imediatamente e voltou a afirmar que a construção será financiada pelos contribuintes americanos, mas que "relativamente em breve" o país começará uma negociação de reembolso com o país vizinho.

"Seremos, de alguma forma, reembolsados pelo México, o que eu sempre disse", afirmou. "Seremos reembolsados em uma data posterior de qualquer transação que fizermos com o México", disse Trump.

Confrontado com a afirmação do presidente Enrique Peña Nieto, de que o México não pagará pelo muro, Trump disse: "Ele tem que dizer isso. Mas estou te dizendo que haverá um pagamento. Será de uma forma, talvez uma forma complicada", disse. "O que estou fazendo é bom para os Estados Unidos. Também vai ser bom para o México. Queremos um México muito estável, muito sólido", acrescentou.

O documento foi assinado no dia em que o ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, chega a Washington para preparar a visita do presidente do país, Enrique Peña Nieto. O mexicano deve se reunir com Trump no final do mês, sendo um dos primeiros líderes mundiais a se encontrar com o novo presidente americano.

A fronteira entre EUA e México tem cerca de 3 mil quilômetros e já existe algum tipo de barreira em um terço de sua extensão. As demais áreas ficam em regiões desérticas ou montanhosas, de difícil acesso.

Para dar conta da missão, Trump pretende triplicar para 15 mil o número de agentes de deportação. Estima-se que 11 milhões de imigrantes vivam irregularmente nos EUA, muitos dos quais ingressaram por terra e jamais entraram nos registros do governo.

Durante sua campanha, Trump também prometeu suspender a entrada de muçulmanos no país. Embora a discriminação por religião seja proibida no país, o presidente americano pode vetar a concessão de vistos a nacionalidades específicas - algo que a legislação permite, segundo especialistas.

Cidades-Santuário

Trump também assinou uma ordem executiva para bloquear fundos federais para as chamadas "cidades-santuário", que protegem imigrantes sem documentos da deportação.

Os fundos federais serão abolidos para cidades que se recusem a fornecer informações às autoridades federais sobre o status de imigração de pessoas detidas nesssas localidades, entre as quais estão Chicago, Nova York e Los Angeles.

Para respaldar a assinatura dos decretos, Trump alega que a imigração está fora de controle e que a entrada de potenciais criminosos ameaça à segurança dos EUA. A determinação do presidente deverá abranger em breve também a entrada de imigrantes originários do Iraque, Irã, da Líbia, Somália, do Sudão, da Síria e do Iêmen.