Trump promete enviar tropas do exército se Estados não acabarem com protestos

Por Joao Freitas

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[caption id="attachment_200300" align="alignleft" width="300"] Donald Trump posa em frente à St. John - igreja que foi incendiada durante protestos no domingo, 31. Imagem: Yahoo.[/caption] O Presidente Donald Trump, em discurso na Casa Branca na segunda-feira, 1°, disse que era aliado dos manifestantes que protestam de forma pacífica contra o racismo e a violência policial que culminou na morte brutal de George Floyd em Minnesota na semana passada, mas que iria dar um fim aos protestos que se espalham de forma violenta pelo país. Do jardim da Casa Branca, Trump prometeu usar o exército se julgasse necessário. “Eu vou mobilizar todos os recursos federais, civis e militares, disponíveis para acabar com essa baderna e proteger os direitos dos cidadãos que cumprem a lei”, relatou Trump.

Parte do sul da Flórida está sob toque de recolher por uma semana

Enquanto Trump discursava, a polícia e a Guarda Nacional dispersava o público ao lado da Casa Branca com bombas de efeito moral e balas de borracha. Caminhada até a igreja Pouco antes das 7pm, hora do toque de recolher em Washington, com manifestantes já dispersos, Trump anunciou que iria caminhar até a igreja de St. John, para prestar sua homenagem ao que considera “um lugar muito, muito especial” que foi parcialmente queimada nos protestos de domingo, 31. O presidente caminhou segurando a Bíblia, posou para fotos e voltou para a Casa Branca. Ele não efetivamente entrou na igreja ou fez qualquer menção a religião. Lei do Ato de Insurreição Para acionar os militares em uma ação nos Estados Unidos, Trump precisa evocar a lei do Ato de Insurreição - normalmente usada em casos como de violência civil que tem acontecido na última semana, quando governadores pedem ao Presidente que envie tropas. Mas, até agora, todos os governadores têm acionado a polícia local, ninguém solicitou ajuda ao Governo Federal. Na verdade, os governadores normalmente preferem não usar a Guarda Nacional porque eles têm poder de polícia dentro dos Estados Unidos. As tropas militares que Trump quer enviar não podem fazer isso dentro dos Estados Unidos sem violar a lei. Ao mesmo tempo, se o presidente invocar a Lei de Insurreição, os militares passam a ser permitidos a ter poder de polícia e é isso que Trump está planejando fazer. Mas o uso dessa lei tem consequências. “Esse tipo de ato presidencial é incrivelmente sério e não deve ser tomado sem muita reflexão e medidas alternativas anteriores”, disse o Presidente do Comitê de Forças Armadas do Congresso, Adam Smith, democrata de Washington. Com informações da NBC News. Protestos continuam pelo país - Em Nova York, manifestações pacíficas registraram alguns incidentes na noite de segunda-feira, 1°: foram quebradas vitrines de lojas perto do Rockefeller Center e da loja Macy na 34th Street. Um carro passou perto de um grupo de agentes de segurança e deixou pelo menos dois feridos. - Na Filadélfia, policiais usaram armas não letais para dispersar um grupo de manifestantes que ocupou uma rodovia interestadual depois do toque de recolher. - Em Washington, os arredores da Casa Branca registraram confrontos entre forças de segurança e manifestantes durante o discurso de Trump. Helicópteros sobrevoaram os manifestantes. A prefeita de Washington, Muriel Bowser, antecipou em quatro horas o início do toque de recolher, que começou às 7pm. Depois deste horário, dezenas de manifestantes foram detidos. - Em Nashville, mais de 60 policiais da Guarda Nacional colocaram no chão os seus escudos contra motins a pedido de manifestantes pacíficos que se reuniram em frente ao Capitólio do estado do Tennessee para homenagear George Floyd. - Em Atlanta, policiais usaram gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes.