Trump refaz acordos comerciais e retira EUA de tratado com países do pacífico

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_135773" align="alignleft" width="300"] Trump assinou na manhã desta segunda, 23, a ordem executiva que retira os EUA do Tratado de Associação Transpacífico. Foto: Kevin Lamarque/Reuters.[/caption]

Em seu primeiro dia como presidente, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira, 23, uma ordem executiva para iniciar a saída do país do Tratado de Associação Transpacífico – acordo visto como um contrapeso à crescente influência econômica e política da China e negociado pelo governo de Barack Obama.

O acordo, promovido por Washington e que supostamente modela as regras do comércio do século XXI, previa a liberação do comércio de serviços, como engenharia de software e consultoria financeira, foi assinado em 2015, mas não chegou a entrar em vigor.

Os doze países que assinaram o tratado são: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã, que representam 40% da economia mundial e um terço do comércio global.

O TPP não pode entrar em vigor sem os Estados Unidos e precisa da ratificação de pelo menos seis países que respondam por 85% do Produto Interno Bruto (PIB) combinado dos países membros, com o intuito de reduzir barreiras comerciais em algumas das economias com o crescimento mais rápido da Ásia e se estender do Canadá ao Vietnã.

A administração Obama considerava o TPP como o melhor tratado possível porque inclui não só a eliminação de barreiras comerciais, como também de normas sobre legislação trabalhista, ambiente, propriedade intelectual e compras estatais.

A China tem buscado promover sua própria versão de um pacto comercial da Ásia-Pacífico, chamado de Parceria Abrangente Econômica Regional, que exclui os Estados Unidos e cria uma área de livre comércio de 16 nações, incluindo a Índia, o maior bloco do mundo nesse âmbito, abrangendo 3,4 bilhões de pessoas, em um acordo comercial mais tradicional, que envolve cortar tarifas em vez de abrir economias e estabelecer padrões trabalhistas e ambientais como o TPP faria.

Trump anunciou no dia da posse que exigirá a renegociação do Nafta - acordo de livre-comércio integrado por Estados Unidos, Canadá e México, em vigor há 23 anos, e vai abandonar o tratado a menos que o país consiga "um acordo justo". Para Trump, o pacto gerou desemprego, baixa na produção industrial e perdas econômicas aos EUA.

O republicano se refere especialmente à indústria automobilística, a qual o México e Canadá são os principais exportadores de veículos para o mercado americano. Trump não concorda com as altas importações vindas do México e ameaçou sobretaxar fábricas construídas fora dos EUA.

Trump, recebeu na manhã desta segunda-feira um grupo de 12 empresários na Casa Branca e prometeu cortes de impostos e a redução de 75% das regulações. "Vamos baixar os impostos maciçamente, tanto para a classe média como para as companhias", afirmou, ressaltando sua vontade de "fazer os empregos voltarem" aos Estados Unidos e favorecer a produção em território americano.

Ele disse que os EUA deixarão de perder indústrias e empregos para a China e o México, e ameaçou penalizar empresas que queiram deixar o país, como fizeram com a Toyota e a BMW.

Com informações da Agência Reuters.