O presidente Donald Trump voltou atrás nas ameaças que tinha feito e assinou nesta sexta-feira, 23, a lei orçamentária de $1,3 trilhão de dólares aprovada pelo Congresso, financiando o governo até 30 de setembro e evitando uma nova paralisação horas antes do final do prazo.
Na manhã desta sexta, Trump escreveu em seu Twitter que pensava em vetar a medida, que inclui grandes aumentos nos gastos militares e não relacionados à defesa e acaba com a longa luta do Congresso para financiar agências federais.
Em comunicado na Casa Branca, Trump criticou o que chamou de "essa situação ridícula" - mas disse que o plano de gastos é importante porque aumenta o dinheiro para os militares. "Por uma questão de segurança nacional, assinei este projeto de orçamento abrangente", disse.
"Tem muitas coisas que me deixam insatisfeito nesta lei. Tem muitas coisas que não deveriam estar nesta lei, mas nós fomos, de certa forma, forçados, se quiséssemos reconstruir nosso exército", acrescentou.
Ele se referia em parte ao fato de não ter conseguido chegar a um acordo com os democratas para incluir medidas na previsão de gastos que preservariam o programa Deferred Action for Childhood Arrivals, ou DACA. O programa da era Obama que ele rescindiu no último outono e permite que jovens imigrantes indocumentados solicitam licenças para trabalhar legalmente e evitem a deportação.
Mas o presidente deixou transparecer irritação com a falta de financiamento no orçamento para o muro na fronteira sul do país, que ele chamou de peça central de sua repressão aos imigrantes ilegais. A medida inclui quase US $ 1,6 bilhão em segurança de fronteira - incluindo novas tecnologias e reparos nas barreiras existentes - mas não o muro de Trump, como afirmou no Twitter na quarta-feira. O orçamento fornece US $ 641 milhões para cerca de 33 quilômetros de cercas, mas proíbe a construção de uma estrutura de concreto ou outros protótipos como quer o presidente, e aloca o restante do financiamento para novas aeronaves, sensores e tecnologia de vigilância.
Com a assinatura de Trump, os legisladores se concentram nas eleições parlamentares de novembro.