Tsunami atômico

Por Gazeta Admininstrator

No último dia 11 de março de 2011, o mundo assistiu cenas que pareciam ter saído de filmes como "2012" ou "O Dia Depois de Amanhã". Um forte tsunami causado por um terromoto de magnitude 8,9 graus no nordeste do Japão devastou casas, prédios, veículos e plantações, matando milhares de pessoas. O terremoto foi o pior já registrado no país.

Minutos depois, os japoneses tiveram que suportar as réplicas dos terremotos com magnitude superior a 6,0 graus até a capital de Tóquio. Dentre as cidades, a mais atingida foi a de Sendai. Segundo o Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB), em matéria publicada no jornal O Globo, em 12 de março de 2011, o abalo de 8,9 na escala Richter ocorrido do Japão equivale à explosão de 15.000 bombas atômicas, com uma potência similar à bomba de Hiroshima em 1945.

De acordo com especialistas, esses níveis de terremotos ocorrem a cada dez anos, mas em menos de dez anos, já tivemos frequentes terremotos no Haiti (2010), Chile (2010), e dois na ilha de Sumatra, em um deles, em 2004, houve um forte tsunami gerado por um terremoto de 9,1 graus. No caso do Japão, além das perdas humanas e materiais, o terremoto desestabilizou a segurança das usinas nucleares, as turbinas da usina de Onagawa pegou fogo logo depois do terremoto, e a de Fukushima foi isolada. Não houve vazamento nuclear, mas o governo japonês teve que autorizar a emissão de vapor radioativo para evitar uma explosão.

Além da comparação da força do recente terremoto com a capacidade de bombas atômicas e da ameaça de acidentes nucleares decorrentes do terremoto no país do sol nascente, há outra polêmica nuclear que de tempos em tempos é levantada nos debates ambientais. Sabemos que os tsunamis são fenômenos da natureza, uma série de ondas altas e velozes que percorrem até a costa mais próxima devastando tudo que encontra pela frente. Os tsunamis são gerados a partir de terremotos, erupções vulcânicas e deslizamentos entre as placas tectônicas no fundo do mar.

Porém, não podemos esquecer que o Japão foi alvo de duas potentes bombas atômicas no final da Segunda Guerra Mundial, as de Hiroshima e Nagasaki. No período de 1960 a 1996, a França efetuou intensos testes nucleares no Saara nos mares do oceano Pacífico, comprometendo as saúde de seus militares e, em 1995, as atividades francesas sobre o Atol de Mururoa (Pacífico) foram alvos de protestos em todo o mundo. Também poderíamos listar os testes nucleares realizados pelos soviéticos e norte-americanos no decorrer do século XX.

Essas ações relacionadas à testes nucleares, segundo diversos críticos e pensadores em todo mundo, poderiam ter comprometido a estabilidade dos solos superficiais, da crosta e do manto de nosso planeta e ser uma das causas do aumento de incidência de terremotos e tsunamis, portanto, esses terremotos não seriam somente gerados por causas naturais, mas também pela interferência maléfica da humanidade no planeta Terra.

Devemos ainda lembrar, que um dia antes de ocorrer o terremoto no Japão, houve
tremores na China, matando cerca de 13 pessoas e, no dia 22 de fevereiro de 2011, houve outro terremoto na Nova Zelândia, com escala de 6,1 graus. Afinal, o que explicaria a desestabilidade das placas tectônicas e a ocorrência de terremotos com uma frequência tão alta, seria apenas um fator da natureza geológica de nosso planeta? Fatores como aquecimento global, efeito estufa e intensa atividade no solo da Terra também não teriam alguma interferência? Ainda não podemos afirmar que as atividades nucleares na história recente da humanidade e a degradação da natureza são os culpados por essas ocorrências sísmicas, mas sabemos que uma árvore, seja por doença ou pelo tempo, pode cair sozinha na floresta, porém, basta um machado bem afiado para derrubá-la antes da hora.