“Tsunami de lama” inunda Mariana, em MG

Por Gazeta News

Mariana (MG) - barragem pertencente à mineradora Samarco se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, zona rural a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais (Corpo de Bombeiros/MG - Divulgação)
[caption id="attachment_97017" align="alignleft" width="300"] Mariana (MG) - barragem pertencente à mineradora Samarco se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, zona rural a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais (Corpo de Bombeiros/MG - Divulgação)[/caption]

O mar de lama que se formou após o rompimento das barragens Fundão e Santarém, da mineradora Samarco, em Mariana (115 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais) na tarde do dia 5 já atingiu um distrito e seis subdistritos da cidade e dois de um município vizinho.

A enxurrada foi tão violenta, segundo testemunhas, que se comprara a um “tsunami de lama”.

A lama liberada pelo rompimento afetou o leito d’água que passa pela região por uma extensão de 80 km, segundo a coordenadora do núcleo de emergências do Ibama de Minas Gerais, Ubaldina da Costa Isaac. O rio que banha a área é o Rio Gualaxo, que deságua no Rio Doce que, por sua vez, deságua no Oceano Atlântico em Linhares, no Espírito Santo.

A uma distância de 80 km do local do rompimento, segundo Ubaldina, há uma pequena central elétrica onde houve uma contenção dos rejeitos, impedindo que o material seguisse pelo curso do rio.

Segundo a agente da Defesa Civil Arlette Crispim, os rejeitos de minério de ferro atingiram o distrito de Camargos e os subdistritos de Bento Rodrigues, Paracatu, Pedras, Ponte do Gama, Bicas e Campinas, em Mariana, e os distritos de Barretos e Gesteiras em Barra Longa, de 6 mil habitantes. "Em Barra Longa, a lama atingiu todo o centro do município", disse Arlette Crispim.

Estima-se que por volta de 500 pessoas tenham ficado desabrigadas e foram resgatadas. Até a noite do dia 6, o Corpo de Bombeiros confirmava uma morte relacionada ao rompimento das barragens e diz ter encontrado um corpo em Rio Doce, a 100 km do acidente. Previamente, o órgão tinha confirmado que o corpo tinha relação com o acidente, mas voltou atrás e mudou a informação.

A corporação trabalha, preliminarmente, com o número de 13 desaparecidos, que seriam 12 funcionários de uma empresa terceirizada e um empregado da mineradora.