Um brasileiro mediador no sul da Flórida

Por Gazeta Admininstrator

Marisa Arruda Barbosa

Ir parar em um litígio na corte já é uma dor de cabeça. Pior que isso, é quando acontece em um país que não é o seu. No Brasil, mesmo não sendo advogado, temos alguns conhecimentos básicos sobre leis, mas nos Estados Unidos, quando nos deparamos com problemas legais, até a língua torna-se uma barreira.

Marcelo Prado é o primeiro brasileiro certificado mediador pela Suprema Corte da Flórida. Servindo as cortes dos condados de Broward, Palm Beach e Saint Lucie, ele poderá ajudar brasileiros que estejam à beira de enfrentar um litígio, não só a evitar tal stress e os gastos envolvidos, mas também esclarecer o que é a mediação e, claro, ajudar no inglês.
“Muitos brasileiros que vão parar em uma sessão de mediação (sob exigência do juiz) não sabem o que está acontecendo”, diz Prado. “Eles acham que são obrigados a entrar em um acordo, pois estão dentro da corte, em frente a um homem engravatado (o mediador) que está lá por ordem do juiz”.

A mediação é uma forma alternativa para a resolução de conflitos que chegam nas cortes. Em crescimento no Brasil, esta prática já está presente em todas as cortes dos Estados Unidos. Em muitos casos, o juiz determina que as duas partes envolvidas em um conflito façam uma, duas, ou quantas sessões necessárias para que cheguem a um acordo sem terem que enfrentar o judiciário.

Segundo Prado, 95% dos casos que vão a mediação chegam a um acordo sem terem que ir às cortes. Além de diminuir os custos com advogado, e mesmo com a possível decisão da corte, - conhecida como a “casa das surpresas”, pois muitas decidem o inesperado, - a mediação faz com que as próprias pessoas envolvidas tomem a decisão, ao invés de um juiz que não os
conhece. “Na corte há sempre um perdedor e um vencedor”, disse Prado. “Na mediação todos podem sair ganhando”.

Mas é importante ressaltar também que, embora as partes envolvidas sejam obrigadas a comparecer à mediação se o juiz determinar, ninguém é obrigado a chegar a um acordo.

Além disso, Prado afirma que a mediação é confidencial, tanto por parte do mediador, quanto dos envolvidos. Por isso, se por exemplo uma empresa
oferece uma quantia para um empregado que a está processando, esta quantia não pode ser revelada, sob risco do empregado não ganhar nem o processo e nem a quantia do acordo.

“Há algumas excessões em que o mediador pode quebrar a confidencialidade”, conta Prado. “Como em casos de abuso a crianças e idosos ou se revelado um crime que está para acontecer”. Fora isso, o mediador tem o mesmo tipo de imunidade que o juiz, ou seja, não pode ser processado.

Em relação ao preço, Prado conta que há casos em que o condado pode pagar pela mediação, ou dependendo de quanto a pessoa ganha, ela paga uma parte. Em outros casos uma sessão de mediação pode custar entre $100 e $400 dólares por hora. A quantia, se comparada ao valor poupado com advogados e gastos da corte, pode significar economia, em muitos casos.

Formação

Marcelo Prado se formou em 2004 como paralegal aqui nos Estados Unidos, e trabalhou por muitos anos no escritório nacional de advocacia Adorno Yoss.

Em 2008, completou seu bacharelado em Business Administration e General Management, na Lynn University, em Boca Raton. Ao acompanhar diversos casos de resolução de conflitos, ele resolveu então ingressar na carreira de mediador, e se formou na Nova Southeastern University, um dos cursos pioneiros que trouxe mediação para a Flórida, segundo conta Prado.

Sua mais recente conquista foi receber o certificado de mediador oficial da Suprema da Corte da Flórida. Prado conta que há cursos específicos para diversos tipos de mediação, como a área de família, ou mesmo a mediação entre dois países.

O mediador em um determinado caso deve ser uma pessoa que entenda do assunto. Muitos contadores e advogados tornam-se mediadores.

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