Um câncer chamado Torcidas Organizadas

Por Gazeta Admininstrator

Os fatos ocorridos após a eliminação do Corinthians na Copa Libertadores, além de lamentáveis foram também criminosos.

Desde a invenção das famigeradas torcidas organizadas (fim dos anos de 1960, começo dos anos de 1970), um rastro de violência sem limites vem sendo o legado deixado por elas.

Do seu habitat natural, as arquibancadas, essas gangues transformaram-se em facções criminosas.

Na história das maiores torcidas organizadas, uma marca em comum, financiamento político (interno, dos clubes e também de políticos públicos).

Do nascimento ainda na Era Romântica do futebol, elas foram ganhando adeptos e tornaram-se uma importante via de comunicação.

Com isso, dirigentes da oposição e ou da situação, passaram a patrocinar protestos, atos de apoio e de contestação em relação à situação no clube.

De torcedores organizados à massa de manobra política, elas perderam a sua característica principal que era ocupar um espaço nos estádios e apoiar o time nas partidas. Elas passaram a ter vida própria e interesses próprios.

Essa situação ficou bem pior com a chegada da cantada em prosa, Constituição de 1988 e seus filhotes legais. Estatuto disso, estatuto daquilo, um amontoado de leis que criaram um ambiente propício para os criminosos.

As torcidas organizadas, passaram a agir como facções criminosas. E assim como faz o crime organizado, elas passaram a se disfarçar de entidades sociais. Se escondem atrás de razões sociais de escoslas de samba, escolinhas de artes e outras atividades que encobrem a sua real finalidade, o crime.

Quando extintas, apenas mudam a razão social e continuam suas atividades normais.

Há vários anos que o MP e a polícia tentam e não conseguem acabar com as ações criminosas destes marginais que se dizem torcedores.

Na cidade de São Paulo já aconteceram várias tentativas para acabar com a violência delas, mas a impunidade continua.

Parece até que existem duas leis, uma para os cidadãos comuns e outra para os integrantes das torcidas organizadas.

Não se trata apenas de vandalismo e brigas, eles matam, emboscam e desafiam a quem quer que seja.

E mais uma vez e não será a última, protagonizaram um show de episódios criminosos após a eliminação do Corinthians.

Invadiram propriedade particular armados e encapuzados, depredando os carros dos jogadores e funcionários do clube. Não satisfeitos, pixaram muros, bloquearam as entradas do CT, atiraram pedras e outros materiais no ônibus dos jogadores. A PM foi chamada e ninguém foi preso.

Não bastasse o vexame que o time deu nos jogos contra o Tolima, esses marginais fizeram aumentar ainda mais a vergonha dos verdadeiros torcedores.

Como se sabe, o Corinthians é o carro chefe da mídia esportiva paulista e bem provavelmente da brasileira também. Em todos os meios, a notícia principal é o ambiente do Corinthians.

E nesse tumulto todo, também sobrou para a imprensa. Fotógrafos e repórteres acabaram sofrendo pequenas agressões e ameaças.

De certa forma, é o preço por também ajudar a inflamar a torcida contra os jogadores, técnico e diretores. Nos programas de rádio e TV e nas matérias de jornais e blogs, os comentaristas e jornalistas vão muito além da função e ultrapassam os limites do bom senso.

Os comentaristas de jogo, ganham fama e passam a fazer horas e horas de comentários semanais e como não há o que comentar, eles comentam um monte de coisas sem importância. De tanto falar e falar, acabam criando conflitos e conturbando o ambiente interno do clube. Isso não teria importância se o público fosse mais racional e inteligente. Ocorre que estamos falando de um povo sem memória e sem educação. E o ídolo de ontem, será o vilão de amanhã.

O engraçado, é que depois que aconteceram os tumultos e as agressões, os comentaristas estão condenando a violência. Ora, basta não colaborar para inflamar esses marginais que já está bom. Esses bandidos se amparam justamente nessa mídia ácida e sensacionalista para aparecerem. Agora não adianta fazer discurso de pacificador pois a besteira já foi feita.
No caso específico ocorrido contra as propriedades do Corinthians, é bom lembrar que as TOs não são as proprietárias do Corinthians. As TOs, têm seus próprios sócios, suas próprias camisas, suas próprias mascotes seus próprios hinos, suas próprias sedes e seus próprios interesses.

É inadmissível que um punhado de marginais covardes ganhem as manchetes com o status de torcedores. Um verdadeiro torcedor não destrói o patrimônio do seu clube.

O verdadeiro torcedor não destrói a imagem dos seus ídolos. O protesto é válido e legítimo quando pacífico e inteligente. Dentre várias maneiras de se protestar inteligentemente, é não indo ao estádio.

Outra coisa que causa profunda indignação nessas situações é ver que existe muito mais disposição e mobilização para se protestar no âmbito do futebol do que no âmbito da política. A marca Corinthians é hoje, depois da chegada do jogador Ronaldo, a quarta camisa mais bem patrocinada do planeta. Com uma arrecadação anual de aproximadamente R$45 milhões. Soma-se a isso a visibilidade mundial que essa parceria trouxe ao clube e mais um sem fim de negócios ligados ao marketing.

Com a depreciação imposta por esses marginais, podemos estar falando de prejuízos na casa de dezenas de milhões de reais aos cofres corinthianos.
Será que as TOs ressarcirão o clube por esses prejuízos? Obviamente que não.

Porém, esses acéfalos querem contratação de reforços, querem um grupo de jogadores em condições de disputar títulos. Com que dinheiro eles querem fazer isso se eles estão matando a galinha dos ovos de ouro que foi essa brilhante parceria Corinthians/Ronaldo.

Essa turba esqueceu muito rápido que em dezembro de 2007, o clube estava rebaixado e com uma dívida na casa dos R$ 100 milhões. O trabalho feito para resgatar o clube tanto no emocional como no financeiro, é objeto de elogios até mesmo por parte de dirigentes de clubes adversários.

Mas as TOs não agem pensando essencialmente no Corinthians, elas agem em prol dos seus interesses.

O Fenômeno Ronaldo anunciou o final de sua carreira de uma forma triste e com certa mágoa do tratamento recebido por parte de alguns críticos e por parte das TOs.

O que poderia ter sido uma grande e merecida festa, uma grande homenagem digna de um ídolo nacional, foi apenas uma conferência de imprensa melancólica.

Para comentários e sugestões: CLIQUE AQUI

Para ler a versão completa do Jornal Gazeta Brazilian News CLIQUE AQUI