Um certo poder em ajudar ao próximo

Por Arlaine Castro

Há um certo poder em quem ajuda ao próximo. Quem doa parte do seu tempo, doa algo material ou até doa dinheiro para quem está precisando, ganha força. O bem que se faz não atinge somente quem recebe, mas especialmente quem doa. Nada mais justo. O estudo publicado na Psychosomatic Medicine - "Giving Support to Others—Not Just Receiving It—Has Beneficial Effects" - afirma que dar suporte social tem efeitos positivos nas áreas do cérebro envolvidas em respostas ao estresse e à recompensa. Esse estudo sugeriu que fornecer apoio, não apenas recebê-lo, pode trazer benefícios à saúde física e mental. As formas de ajudar ao próximo são várias e são muito importantes. E o que tem de gente precisando de ajuda nesse mundo não é brincadeira. Doença, perda financeira, incêndio, enchente, desemprego. Milhares de campanhas são criadas todos os dias. Há quem diga que "virou moda" criar campanha para pedir ajuda. Não é moda, é necessidade. Mas claro que é preciso verificar e conhecer a história de quem você vai ajudar porque, infelizmente, nem todas as pessoas são honestas nesse mundo. Como a campanha da bebê Luna que retratamos com especial destaque nesta edição, e a luta da mãe, Carol Fenner, para conseguir pagar as cirurgias da filha na Rússia e impedir o progresso de uma mancha no rosto que pode virar câncer. Luna nasceu com uma mancha (nevo) cobrindo 80% de seu rosto. Depois de consultar mais de 15 médicos nos Estados Unidos, Carol resolveu que a opção mais eficaz e menos agressiva seria ir fazer as cirurgias em outro país, com o especialista e também oncologista russo Dr. Pavel Popov. Bonecas confeccionadas com o rosto (e a mancha característica da menina) estão sendo vendidas para ajudar a arrecadar os 70 mil dólares que a família precisa. Além disso, campanhas onlines também visam a próxima viagem de Luna para a Rússia - que está programada para janeiro de 2020. Para doar não precisa ser rico. Quando as pessoas acham que não têm o suficiente para doar, elas pensam geralmente no lado financeiro ou material. Esquecem que atenção, carinho e palavras de conforto também são doações importantes. E o mundo está cheio de quem precisa. Às vezes uma palavra e um abraço evitam um crime, uma morte. As pessoas sempre têm habilidades específicas e isso faz a diferença. Um corte de cabelo, uma unha feita e pintada, uma massagem para os idosos que vivem esquecidos em um centro, por exemplo. A felicidade para eles está nessas pequenas atitudes. E para quem faz, também. Viram o caso do menino que tinha somente alguns centavos e perguntou para um cabeleireiro se daria para cortar o cabelo? Ele estava a caminho de uma entrevista de emprego como jovem aprendiz. Ganhou não somente o corte como também a vaga que precisava. "O ato de contribuir também nos conecta aos outros, criando comunidades mais fortes e ajudando a construir uma sociedade mais feliz para todos. E não é só com dinheiro - podemos ajudar com nosso tempo, ideias e energia. Fazer coisas pelos outros - tanto faz se pequenas, não planejadas ou no caso de voluntariar-se regularmente - é uma maneira poderosa de reforçar nossa própria felicidade e a dos outros ao redor. Podemos ajudar estranhos, familiares, amigos, colegas ou vizinhos. Podem ser velhos ou jovens, estar por perto ou bem longe", define o site Felicidade.org. E se fosse comigo? Já se fez essa pergunta hoje? O poder da autorreflexão também é de cura. Quando falamos em empatia, falamos em buscar compreender o outro. O problema não é seu nem foi criado por você. Mas isso não quer dizer que não possa ajudar. Quem entende o próximo, não lhe deseja o mal e também o ajuda.