Um em cada cinco deportados tem filhos americanos

Por Gazeta News

pais de imigrantes

No último ano, um em cada cinco deportados (o que chegou ao total de 93 mil ao todo) são pais de cidadãos americanos, de acordo com o U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE). Esse tem sido um dos efeitos colaterais da administração Obama, que deportou um número recorde de imigrantes indocumentados nos últimos três anos. As informações são do “Los Angeles Times”.

A grande maioria desses imigrantes se enquadrava nas prioridades estipuladas pelo ICE: entraram novamente no país depois de deportados, ignoraram uma ordem judicial, entre outras categorias. No entanto, cerca de 10% deles não se enquadravam em nenhuma categoria, motivo pelo qual ativistas argumentam que eles deveriam ser isentos de deportação. Outros ativistas sugerem ainda que pais que entraram no país ilegalmente para ficar com seus filhos deveriam ter mais chances de ficar no país.

“Pais não deveriam ser separados de seus filhos”, disse o senador Robert Menendez (Democrata – New Jersey), que propôs uma lei para proteger os direitos dos pais em procedimentos de deportação.

Ao mesmo tempo, oponentes argumentam que as leis de imigração devem ser aplicadas independentemente dos efeitos que causam nas famílias.

Mais de cinco mil crianças americanas, filhas de imigrantes deportados, estão sob os cuidados do estado em todo o país, de acordo com o Applied Research Center, de Nova York. Caso a política não mude, esse número deve triplicar nos próximos cinco anos.

O problema chamou a atenção do Department of Health and Human Services, que está preparando um estudo anual nacional sobre os efeitos das leis de imigração sobre as crianças, que desenvolvem traumas constantes, como medo de polícia, insônia e choro incontrolável.

De acordo com o ICE, é decisão dos pais de levar ou não seus filhos cidadãos americanos em caso de deportação. Esperanza Pacheco, mãe de quatro filhas nascidas nos EUA, tem que tomar esta decisão até o dia 20 de setembro, quando será deportada para o México, que ela deixou em 1995. É uma escolha difícil deixá-las nos EUA ou levá-las de volta para um país marcado pela violência do tráfico de drogas. O marido de Pacheco foi deportado para o México no verão passado pela segunda vez.