Um inventor brasileiro na Flórida
Por Atilano Muradas
Os inventores sempre despertaram a atenção das pessoas, quer sejam eles na realidade ou na ficção. Nos quadrinhos, o professor Pardal, personagem da Disney, é um inesquecível inventor e, no cinema, o cientista da série de filmes “De volta para o futuro” realiza o sonho de todas as pessoas: viajar pelo futuro e pelo passado numa máquina do tempo.
No mundo real, Leonardo Da Vinci, Santos Dumont, Alexandre Graham Bell, são só alguns dos exemplos de milhares de inventores que ficaram famosos com suas invenções e serviram a humanidade com idéias que tornaram a vida mais prática.
Em geral, um inventor não produz ape-nas uma única idéia. Tomas Edison, por exemplo, registrou 1.073 invenções durante a vida, entre as quais, a lâmpada elétrica. Em todas as etnias existem inventores anônimos e conhecidos. Na brasileira não é diferente. Aliás, brasileiro é reconhecido também por sua criatividade que vai desde a medicina até as armas militares.
Luís Carlos dos Santos, casado, 5 fi-lhos, é um inventor anônimo que chegou aos Estados Unidos em 1982, motivado pelas propagandas que a TV Globo faz da América. No Brasil, ele tinha três empresas em Resende, estado do Rio de Janeiro, onde nasceu a 48 anos: uma de conserto de alto-falantes, uma oficina de eletrônica e outra de propaganda para políticos e lojas.
A primeira cidade que Luís conheceu foi Newark, onde morou três meses, mas não suportou o frio. Seguiu, então, para São Francisco, na Califórnia, onde morou por 22 anos. Depois morou três anos em Cleveland, Ohio e, agora, está a dois anos na Flórida.
“A idéia de sair da Califórnia foi justamente para trabalhar nas invenções, pois lá eu trabalhava por muitas horas e não tinha tempo para as invenções. Em Ohio eu consegui moradia de graça por dois anos, o que me deu tempo para aperfeiçoar algumas das minhas invenções. Agora estou na Flórida em busca de um investidor”, conta.
Luís começou sua carreira de inventor na Califórnia, quando precisou de 4.000 dólares para pagar suas contas. Ele criou um sistema automático para ligar um forno de pizzaria. “As pizzarias abriam às dez horas, mas duas horas antes era preciso ligar o forno. Por isso, o dono da pizzaria tinha que pagar duas horas de trabalho a mais, todos os dias, para que um funcionário chegasse na empresa às oito e ligasse o forno. Instalei a minha invenção em sete pizzarias de uma rede e ganhei os quatro mil dólares que precisava”, contou Luís.
O inventor Luís conta que gastou 30 mil dólares apenas para desenvolver a invenção que ele chama de Page a Waiter (“Chame o garçon”). Segundo as suas observações, durante uma refeição, uma pessoa chama o garçon, em média, sete vezes, e nem sempre ele está por perto. Com o Page a Waiter, o cliente simplesmente aperta o botão de um transmissor que está na mesa e o garçon recebe a informação num relógio que está no seu pulso e, imediatamente, vai até a mesa. A invenção também serve para o cozinheiro avisar o garçon que um determinado prato já está pronto.
Outra invenção de Luís, que já está em uso num restaurante da Flórida, é um pedal para dar descarga no vaso sanitário. O usuário não precisa mais utilizar as mãos para dar descarga. Ele simplesmente aperta um pedal. Apesar de já existir no mercado um produto semelhante para uso caseiro, a vantagem que o inventor apresenta é o custo para a produção e a aplicação comercial. “O pedal que eu criei é muitas vezes mais barato”, disse.
Algumas vezes, um inventor cria algo que já foi criado em outro lugar distante. Esse, inclusive, é um dos motivos porque Luís está procurando investidores para as suas invenções. O ato de patentear uma invenção é caro, começa com uma pesquisa mundial para se verificar se uma idéia já está ou não patenteada por alguém, e demora, algumas vezes, até dois anos ou mais.
À medida que relata as suas idéias, Luís revela que todas partem de problemas do dia-a-dia das pessoas. Segundo ele, é possível se inventar coisas para solucionar qualquer problema do ser humano. Como exemplo, ele lembra que um dos dramas enfrentados pelos pais é a segurança dos filhos quando estão na piscina se divertindo.
Buscando tentar evitar os inúmeros afogamentos de menores, Luís inventou um relógio que a criança deve colocar no braço enquanto estiver na piscina. Se, em algum momento, ela ficar totalmente paralizada, por afogamento, por exemplo, o seu relógio envia um sinal para os pais ou o salva-vidas. Luís informa que já existe um equipamento que se pode comprar nas lojas que emite um alerta quando uma criança cai na piscina, mas é diferente da sua invenção. “Existem várias invenções para tentar solucionar um mesmo problema. Mas, quanto mais, melhor”, disse.
Luís Santos já possui, catalogadas, quase 60 invenções e busca parceiros e apoio financeiro para desevolvê-las. Quem desejar conhecer suas invenções, patrociná-lo, ou mesmo, indicá-lo a alguém que possa investir em seu trabalho, poderá contatá-lo pelo telefone 561-306-0661 ou pelo e-mail soundsolutions@earthlink.net.
