Uma lei há tempos esperada - Editorial

Por Marisa Arruda Barbosa

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Lembro-me bem que há muitos anos no Brasil falava-se que os países “mais civilizados” usava-se o cinto de segurança o tempo todo. “Lá na Europa” era como que automático entrar no carro e colocar o cinto. Hoje, nada parece mais óbvio, mesmo que muitas pessoas ainda sintam-se tão boas motoristas e que estejam acima de qualquer mal e possam, sim, ser uma exceção e não usar o cinto de segurança.

Esta semana, perdemos um brasileiro de apenas 20 anos em Boynton Beach, justamente por esse motivo, segundo autoridades, em um acidente na I-95. Ele teria batido na traseira de um caminhão e, por não estar usando o cinto de segurança, foi arremessado para fora do carro. O jovem jogava futebol, estudava no Palm Beach State College e tinha uma vida inteira pela frente, interrompida pela falta de consciência sobre as consequências que a falta de cinto de segurança podem causar.

Agora, ao lado da consciência sobre o cinto de segurança é a vez do “text while driving”. Ninguém está acima do bem e do mal para dizer que tudo bem enviar uma mensagem de texto, um email ou checar mensagens na mídia social e dirigir ao mesmo tempo.

A nova lei, assinada no dia 28, pelo governador Rick Scott, e que entra em vigor em outubro, já vem tarde. Até lá, enquanto as multas e paradas policiais não vêm, podemos nos conscientizar e dar o exemplo aos outros. Com isso, você estará se unindo a companhias de telefonia celular e entidades governamentais para salvar sua vida, de sua família e amigos.

A campanha “Take 5 to stay alive – Don’t Text and Drive”, uma campanha nacional sobre os perigos de dirigir e enviar mensagens de texto, pede conscientização de todos para parar de dirigir quando for usar o telefone celular. Segundo estatísticas, aqueles que enviam mensagens ao dirigir têm 23 vezes mais chances de envolverem-se em um evento perigoso do que aqueles que não enviam mensagens.

Claro, que nada disso garante nossa segurança, mas evita que vidas como a do jovem brasileiro e tantos adolescentes – e não tão adolescentes assim – sejam perdidas por causa de um ato que já deveria ter sido banido por lei há muito tempo.

Críticos da lei, no entanto, dizem que o fato de ser uma infração secundária faz com que policiais não possam parar um motorista por estar enviando mensagens de texto enquanto dirige, somente se fizer algum outro tipo de infração. Há que se esperar que esse tipo de infração feito por um motorista distraído pelo envio de mensagens seja algo com poucas consequências, como esquecer-se de ligar a seta, mas sem bater em outro carro ou, pior, causar um atropelamento. Um dia não enviar mensagens e dirigir será tão óbvio quanto usar o cinto de segurança.